Palestinos protestam na fronteira entre a Faixa de Gaza e Israel nesta sexta-feira (20) (Foto: Adel Hana/ AP)
Milhares de palestinos voltaram a se manifestar nesta sexta-feira (20) na fronteira entre Gaza e Israel. Quatro palestinos morreram e 83 ficaram feridos no confronto com o exército israelense, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, citado pela France Presse.
Embora o número de manifestantes nesta sexta-feira seja menor do que nas semanas anteriores, a manifestação ainda reuniu milhares. Centenas se aproximaram da cerca para atirar pedras, constatou a AFP. As forças israelenses lançaram gás lacrimogêneo e dispararam balas reais.
Manifestantes colocaram fogo em pneus e soltaram pipas com panos em chamas pendurados. Nesta sexta-feira, aviões militares israelenses jogaram panfletos na fronteira com advertências.
"Estão participando de manifestações violentas. A organização terrorista Hamas se aproveita de vocês para cometer ataques terroristas", diz os panfletos, acrescentando: "Fiquem longe da cerca e não tentem danificá-la. Evitem usar armas e cometer atos violentos contra as forças de segurança israelenses e os cidadãos israelenses".
Um adolescente de 15 anos e dois homens de 24 e 25, respectivamente, foram mortos a tiros no norte do enclave. Um quarto palestino, de 29 anos, foi morto no sul da Faixa de Gaza. Ainda de acordo com a AFP, 38 palestinos morreram em ações de soldados israelenses desde o início dos protestos semanais, que começaram em 30 de março.
Um grande protesto está previsto para 15 de maio. Os organizadores deram declarações conflitantes sobre os planos de violar as fronteiras, segundo a Associated Press.
Manifestantes palestinos empinam uma pipa com um pano em chamas pendurado durante protesto na fronteira da Faixa de Gaza com Israel, nesta sexta-feira (20) (Foto: Khalil Hamra/ AP)
Onda de protestos
A onda de protestos representa um desafio para as forças israelenses, que rejeitam as críticas sobre o uso de balas reais, explicando que suas regras de uso são necessárias, segundo a France Presse.
Esse é o 4º confronto desde a convocação, feita pela sociedade civil e apoiada pelo Hamas, de seis semanas de manifestações contra o bloqueio fronteiriço do enclave palestino. O movimento islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, localizada entre Israel, Egito e o Mediterrâneo, é descrito como "terrorista" por Israel.
Os palestinos participam da "marcha do retorno", para exigir o "direito de retorno" de cerca de 700 mil palestinos expulsos de suas terras, ou que fugiram durante a guerra que se seguiu à criação de Israel em 14 de maio de 1948.
Israel se opõe duramente contra essa demanda palestina, que representa um dos principais entraves para a paz na região. Para Israel, o retorno dos refugiados palestinos equivale à destruição do "Estado judeu".
Israel já acusou o grupo militante islâmico de usar os protestos como cobertura para atacar a sua fronteira e declarou que aqueles que se aproximam da cerca colocam suas vidas em risco.
Em 13 de março, um palestino morreu e 163 ficaram feridos, segundo autoridades de saúde em Gaza.
Em 30 de março, confrontos deixaram 19 mortos e mais de 1,1 mil palestinos feridos. O Exército israelense afirmou que o conflito começou quando palestinos se aproximaram da cerca na fronteira de Israel. O Ministério de Saúde de Gaza, por sua vez, culpou soldados israelenses por atirar em dois agricultores palestinos de Khan Yunis, matando um deles.
No dia 6 de abril, autoridades palestinas disseram que sete palestinos morreram e mais de 1.000 ficaram feridos.
Fonte: G1
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!