Fotomontagem dos irmãos Joesley Batista e Wesley Batista conduzidos pela polícia (Foto: Felipe Rau/Estadão Conteúdo e Marcos Bezerra/Futura Press/Estadão Conteúdo)
A J&F, holding que reúne os negócios dos irmãos Joesley e Wesley Batista, entrou com uma ação judicial contra os escritórios de advocacia Trench, Rossi e Watanabe Advogados e Baker & McKenzie LLP. Eles representaram a J&F durante o processo de leniência nos Estados Unidos e no Brasil.
O processo está na corte superior do distrito de Columbia. A J&F pede indenização dos advogados pelos prejuízos causados a empresa.
De acordo com a petição inicial do processo, ao qual o G1 teve acesso, a J&F acusa os escritórios de "negligência", que teria colocado os diretores da empresa em risco de "processo criminal e até a possibilidade de prisão".
"A J&F entra com essa ação para responsabilizar os réus por suas más práticas", diz o documento.
Participação de ex-procurador na defesa
O ex-procurador Marcello Miller presta depoimento no Rio de Janeiro sobre a delação da JBS (Foto: José Lucena/Futura Press/Estadão Conteúdo)
O principal argumento da J&F para processar os escritórios de advocacia é a inclusão do ex-procurador Marcello Miller na defesa da empresa.
Segundo o processo, Miller participou de reuniões com advogados do Trench Rossi e Baker sobre a estratégia da J&F enquanto ainda era procurador do Ministério Público Federal (MPF). Ele também participou de uma apresentação aos funcionários do Departamento de Justiça dos EUA, como representante da J&F, no dia seguinte em que deixou o cargo no MPF.
"Em nenhum momento os advogados responsáveis da Trench Rossi ou Baker aconselharam a J&F que a participação do sr. Miller na equipe jurídica da empresa, enquanto ele ainda estava trabalhando como um procurador, era problemática", diz a J&F, no processo.
A empresa relata ainda que as autoridades brasileiras tentam romper os acordos de colaboração premiada firmado com os executivos da empresa e há investigações em curso sobre o impacto da participação de Miller no acordo fechado entre J&F e MPF.
"Uma das principais razões identificadas pelas autoridades brasileiras para tomar essas medidas, expondo assim a J&F e funcionários e diretores da empresa a possível processo criminal, é a decisão altamente irresponsável dos escritórios Trench Rossi e Baker de incluir o sr. Miller como advogado da empresa", afirma a J&F.
O que diz o escritório de advocacia
Procurado, o Trench Rossi e Watanabe disse que "não comenta assuntos de clientes ou processos em andamento". O escritório informou também que, "desde o primeiro momento, colaborou com as autoridades e forneceu todos os documentos que contribuíssem para o esclarecimento dos fatos".
O G1 procurou representantes do escritório americano Baker & McKenzie e do ex-procurador Marcello Miller e aguarda posicionamento.
Fonte: G1
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