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terça-feira, abril 24, 2018

Investigação do Palmeiras suspeita de celular com cartola da FPF e de ponto eletrônico com médico do Corinthians

A empresa contratada pelo Palmeiras para tentar provar interferência externa na arbitragem da final do Campeonato Paulista tem duas suspeitas:

Marcio Verri Brandão, membro da comissão de arbitragem da Federação Paulista de Futebol, estaria com um celular à beira do gramado, o que não é permitido;
Ivan Grava, médico que estava no banco de reservas do Corinthians, estaria usando um ponto eletrônico no ouvido, o que também é proibido.
Imagens desses momentos constam de um relatório de 45 páginas da Kroll, empresa que tem sede nos Estados Unidos e escritórios em 30 países diferentes, que tem o objetivo de provar que o quinteto de arbitragem do clássico contra o Corinthians recebeu informações de fora – o que é proibido – para rever a decisão de uma marcação de pênalti a favor do time alviverde, de Ralf sobre Dudu, aos 26 minutos do segundo tempo. O arquirrival alvinegro manteve a vitória por 1 a 0 no tempo normal e, nos pênaltis, conquistou o título estadual na arena do Palmeiras.

A informação a respeito de Marcio Verri Brandão foi inicialmente publicada pelo site "Uol" e posteriomente confirmada pelo GloboEsporte.com, que apurou a suspeita sobre Ivan Grava.

O documento da Kroll foi elaborado com base em imagens das câmeras de segurança do estádio e da transmissão da partida. Um "frame" de uma imagem captada pela TV Palmeiras mostra o médico do Corinthians, Ivan Grava, com a mão no ouvido.

O documento não é assertivo sobre o uso do ponto eletrônico – mas a imagem foi incluída de maneira a levantar uma suspeita e chamar a atenção do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo. Nesta segunda-feira, o TJD-SP arquivou o caso por falta de provas.

No entanto, o relatório da Kroll não foi analisado pelo TJD-SP. O procurador Marcelo Monteiro, responsável pelo caso, afirmou que o caso pode ser reaberto.

– Fatos novos poderão ensejar outra investigação. Essa, particularmente, está encerrada a partir do momento da entrega do relatório com os apontamentos que fizemos. A análise técnico-jurídica de tudo que foi processado neste feito – declarou Monteiro.

Veja a imagem do relatório encomendado pelo Palmeiras:

Foto anexada ao relatório da Kroll mostra integrante da comissão técnica do Corinthians com mão no ouvido (Foto: Reprodução)
Foto anexada ao relatório da Kroll mostra integrante da comissão técnica do Corinthians com mão no ouvido (Foto: Reprodução)

O médico do Corinthians negou que tenha usado ponto eletrônico:

– De maneira alguma usei ponto eletrônico. Nunca usei isso.

O material elaborado pela empresa de investigação também tem três fotos que mostram Marcio Verri Brandão, membro da comissão de arbitragem da FPF, com um celular à mão. Duas das imagens são do intervalo. A outra é do segundo tempo, quando Dudu se prepara para bater o pênalti – que não seria cobrado porque o árbitro voltaria atrás.

Veja as imagens de Brandão que constam do relatório:

Imagem do relatório mostra Márcio Verri Brandão no túnel de acesso ao campo (Foto: Reprodução)
Imagem do relatório mostra Márcio Verri Brandão no túnel de acesso ao campo (Foto: Reprodução)

Outra imagem do relatório mostra Márcio Verri Brandão no túnel de acesso ao campo (Foto: Reprodução)
Outra imagem do relatório mostra Márcio Verri Brandão no túnel de acesso ao campo (Foto: Reprodução)

Imagem do relatório da Kroll mostra Márcio Verri Brandão na beira do campo depois que o pênalti foi marcado (Foto: Reprodução)
Imagem do relatório da Kroll mostra Márcio Verri Brandão na beira do campo depois que o pênalti foi marcado (Foto: Reprodução)

A Federação Paulista de Futebol (FPF) informou que Verri faz parte da comissão de arbitram, mas sustenta que ele estava no túnel atuando na segurança do jogo. Segundo a FPF, a função de Verri na final do campeonato era cuidar do acesso ao túnel.

O Palmeiras também contratou peritos em leitura labial para tentar mapear tudo o que o foi dito em campo durante a confusão. Mas nada de conclusivo foi encontrado.

O relatório foi entregue pela Kroll ao Palmeiras nesta segunda-feira. Ao decidir pelo arquivamento do processo, o procurador do TJD Marcelo Monteiro afirmou que nada novo foi apresentado pelo Palmeiras.

– Nos últimos dias, ouvi na mídia em geral comentários sobre a contratação pelo requerente de uma empresa voltada à investigação. Nos autos, nada existe nesse sentido, sequer houve pedido do requerente de juntar alguma prova com base na produção de uma empresa de caráter privado. Desconhecemos nos autos qualquer prova desse sentido.

O Palmeiras insiste que houve uma contradição no depoimento de Dionísio Roberto Domingos, diretor de arbitragem da FPF. No última dia 17, no TJD, Domingos disse que não tinha falado com o quatro árbitro da final, Adriano de Assis Miranda, negando ter participado da decisão de anular o pênalti. Na sessão de depoimentos, que durou sete horas, o Palmeiras chegou a perguntar se Domingos conhecia e tinha tido contato com Marcio Verri Brandão, o que o diretor respondeu que eles estava em níveis diferentes da arena.


Procurado pelo GloboEsporte.com, o Palmeiras não quis se pronunciar sobre o caso. O material da Kroll foi anexado na quinta-feira passada à investigação do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD) de São Paulo. Procurada, a Kroll não se manifestou. Na semana passada, a empresa se limitou a confirmar que havia sido contratada pelo Palmeiras.

Fonte: Globo Esporte

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