Páginas

quinta-feira, abril 19, 2018

Enfermeiro da rede pública é preso com 1.050 vacinas contra H1N1 furtadas de postos de saúde de Aparecida de Goiânia

Dois homens foram presos, na terça-feira (17), com 1.050 doses de vacina contra a gripe H1N1, em Goiânia. De acordo coma Polícia Militar, os medicamentos foram furtados de postos de saúde de Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, que estão em campanha de vacinação contra o vírus. Este é o segundo furto de vacinas em menos de dois dias no estado, que está em alerta depois que 13 pessoas morreram pela doença.

Segundo o tenente Gustavo Arantes, o enfermeiro Murillo Eguer de Paula Soares, de 28 anos, e o amigo dele, José Maicon Fernandes Freitas, foram presos no momento em que tentavam vender a vacina para outros dois homens. O G1 não conseguiu localizar a defesa deles. Equipes da Central de Flagrantes da Polícia Civil informaram que, até esta manhã, nenhum advogado havia se apresentado.

Murillo, segundo a PM, é servidor da Secretaria Municipal de Aparecida de Goiânia, e negociava as doses pela internet. “Eles negociavam pelas redes sociais, e pelo WhatsApp eles marcavam de aplicar”, contou.

A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia (SMS) informou em nota ao G1 que a denúncia do crime foi feita por próprios membros do pasta, mas que o órgão ainda desconhece como o crime ocorreu e aguarda as investigações, que estão a cargo da Polícia Civil.

"Sobre as vacinas, as 1.050 doses recuperadas já foram devolvidas à Secretaria, que organizará sua destinação. A SMS enfatiza que também intensificará as atividades que garantam o controle e a segurança das vacinas. Por fim, a Secretaria de Saúde agradece o empenho dos policiais e confia na apuração dos fatos pelas autoridades competentes", diz o texto da nota.

Conforme os policiais, a dupla admitiu que vendia as doses da vacina, mas negou ter sido responsável do furto. Os homens disseram em depoimento que pegaram as vacinas de uma terceira pessoa, que ainda não foi identificada.

Os dois foram presos na noite de terça-feira, no Residencial Guadalajara, em Goiânia. Com eles, além de mais de mil doses da vacina contra a gripe H1N1, foram apreendidos seringas e cartões de vacinação. Conforme os policiais, as doses da vacina eram vendidas a R$ 80 cada.

A Secretaria Municipal de Saúde de Aparecida de Goiânia informou vai intensificar a fiscalização na distribuição das doses. Segundo o órgão, as vacinas recuperadas já foram devolvidas aos postos de saúde.

Este é o segundo caso de furto de doses da vacina contra gripe H1N1 registrado esta semana em Goiás. O primeiro deles ocorreu em Senador Canedo, onde 80 frascos com o medicamento foram furtados de postos de saúde da cidade.

Doses da vacina contra H1N1 estavam dentro de uma caixa térmica, em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Doses da vacina contra H1N1 estavam dentro de uma caixa térmica, em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)

Estado de alerta
A Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) espera receber 300 mil novas doses da vacina contra H1N1 até esta quarta-feira (18). Ainda não há balanço do total de imunizados nos primeiros dias da campanha – que começou no estado dez dias antes do restante do país –, mas a pasta informou que a procura nos postos é alta. A primeira remessa enviada pelo Ministério da Saúde tinha 648 mil doses.

A secretaria disse não ter informação oficial sobre falta de vacina em postos de saúde. A primeira etapa da campanha é voltada a idosos, portadores de doenças crônicas, trabalhadores da saúde e indígenas. Goiás tem 92 casos confirmados confirmados da doença.

"Queremos evitar que faltem vacinas. Há grande procura e aumento nos casos da doença, então estamos antecipando as remessas das doses. O estado já recebeu mais de 50% das 1,7 milhão de doses que tem direito do Ministério da Saúde", detalhou a coordenadora de Ações de Imunização, Joyce Dornelis.

Ainda conforme Joice, a expectativa de imunização dos três primeiros grupos é de 158 mil trabalhadores da saúde, 573 mil idosos e 264 mil pessoas com doenças crônicas. Ainda não há informações de quantas pessoas de cada grupo foram imunizadas. A partir do 23 de abril, a SES-GO terá acesso ao sistema com dados de todos s municípios, que ainda está indisponível.

Na Região Metropolitana de Goiânia, a pasta identificou que cerca de 200 mil pessoas foram imunizadas. Gerente de Vigilância Epidemiológica da SES-GO, Magna Maria de Carvalho afirmou que o estado continua em situação de alerta por causa da doença.

Murillo de Paula foi preso junto com um comparsa, em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Murillo de Paula foi preso junto com um comparsa, em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)

"Goiás vive uma situação de alerta para influenza. Conseguimos antecipar a vacinação começou na sexta e já vacinou mais de 91 mil em Goiânia e 40 mil em Aparecida de Goiânia nos dois primeiros dias. Outros 80 mil foram imunizados nas cidades vizinhas, como Senador Canedo, Trindade, ente outras", afirmou.


A Secretaria alertou para que as pessoas que procuram se vacinar fora das unidades públicas de saúde para que tomem cuidado. Segundo o órgão, apesar de não haver nenhuma denúncia formal, o medo da população pode gerar oportunidades de golpes de empresas que não têm autorização para realizar aplicações das vacinas.

No caso de desconfiança, é preciso checar o alvará sanitário da companhia com a Vigilância Sanitária de cada município. O número para denunciar irregularidades ao estado é: 0800-643-3700.

Fila do primeiro grupo de risco em busca de vacinas contra gripe H1N1 no segundo dia de campanha em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Fila do primeiro grupo de risco em busca de vacinas contra gripe H1N1 no segundo dia de campanha em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)

Vacinas
Pacientes enfrentam longas filas para conseguir se imunizar. A imunização protege contra dois subtipos da Influenza A – H1N1 e H3N2 – e um subtipo da Influenza B.

O medo do avanço da doença levou várias pessoas a laboratórios particulares. Os estoques acabaram, e as clínicas precisaram pedir reposição e passaram a atender com distribuição de senha. O custo é de cerca de R$ 150. O Procon fiscaliza o serviço.

Mortes e casos graves
As últimas mortes registrada no boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-GO) ocorreram em Rio Verde (duas) e Morrinhos (uma). As anteriores foram em Anápolis, Goiânia, Jaupaci, Trindade e Hidrolândia.

Anápolis – 1
Goiânia – 5
Jaupaci – 1
Trindade – 2
Hidrolândia – 1
Morrinhos – 1
Rio Verde – 2

As duas primeiras morte por H1N1 registradas no estado neste ano ocorreram na Vila São José Bento Cottolengo, hospital filantrópico que atende pessoas com múltiplas deficiências, físicas e mentais. Um surto da doença atingiu a unidade, e outros pacientes precisaram ficar em isolamento.

O governo estadual decretou estado de alerta e criou um comitê para controlar a situação e, adotando recomendações do Ministério Público, reservou 30 leitos em hospitais para atender casos graves. O secretário estadual de Saúde, Leonardo Vilela, classificou a situação como "anômala".

Os principais sintomas da gripe H1N1 são os mesmos de um estado gripal comum, como febre que dura entre 3 e 5 dias, tosse seca, secreção e dores no corpo. Quem tiver esses sintomas deve procurar atendimento médico, afirma a Secretaria Municipal de Saúde.

Indivíduos doentes devem manter repouso, alimentação balanceada e ingestão de líquidos adequada e evitar contato com outras pessoas em ambientes fechados e aglomerados.

A forma mais eficaz de evitar a transmissão do vírus é a higienização das mãos, principalmente com álcool gel. Também é recomendável cobrir a boca e o nariz ao espirrar.

Vacina contra Influenza A, H1N1, em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)
Vacina contra Influenza A, H1N1, em Goiânia, Goiás (Foto: TV Anhanguera/Reprodução)

Fonte: G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!