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segunda-feira, abril 16, 2018

Em duas semanas de chuvas, Itans e outros nove reservatórios saem do volume morto

Barragem de Santa Cruz, em Apodi (Foto: Cassinho Morais)
Barragem de Santa Cruz, em Apodi (Foto: Cassinho Morais)

O açude Itans, localizado em Caicó, estava, segundo relatório do dia 2 de abril do Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), com 1,227 milhões de metros cúbicos, o que correspondia a 1,50% da sua capacidade total, de 81,750 milhões de m³. Após as chuvas o reservatório já acumula 7,105 milhões de m³, o que em termos percentuais representa 8,69% do volume máximo que consegue acumular. Tal quantidade de água retirou o manancial da situação de volume morto, indicou o Igarn.

Assim como o Itans, outros nove reservatórios monitorados pelo Estado saíram do volume morto, que é o nome que se dá à reserva de água mais profunda das represas. O açude Pau dos Ferros, que já há alguns anos permanecia completamente seco, este ano não somente recebeu águas, como também já saiu do volume morto. Em 2 de abril, o reservatório estava com pouco mais de 31 mil metros cúbicos, ou 0,06% da sua capacidade total, que é de 54,846 milhões de m³. Neste dia 16 de abril o manancial acumula 3.672.587 milhões de metros cúbicos, em termos percentuais 6,70% do seu volume total.

Já o reservatório Flechas, localizado em José da Penha, no dia 2 de abril estava seco. Após as chuvas 2,980 milhões de metros cúbicos, correspondentes a 33% da sua capacidade total, que é de 8,949 milhões de m³. O mesmo ocorreu com o açude de Lucrécia, localizado no município de mesmo nome, que também estava seco. Atualmente ele está com 2,619milhões de m³, ou 10,58% do seu volume total que é de 24,754 milhões de m³. Ambos, estavam secos e, sequer, passaram pela situação de volume morto devido ao abastecimento que tiveram em pouco tempo.

Em termos percentuais, os reservatórios em nível crítico caíram de 63,82% para 27,65%. O açude Apanha Peixe, localizado em Caraúbas, é mais um reservatório e atingir 100% de sua capacidade total, que é de 10 milhões de metros cúbicos. Os outros mananciais completamente cheios são Encanto, localizado no município de Encanto, e que possui capacidade total para 5,192 milhões de m³; e Riacho da Cruz II, localizado em Riacho da Cruz, com capacidade total para 9,604 milhões de metros cúbicos.


Ainda secos

Dos 47 reservatórios monitorados pelo Instituto de Gestão de Águas do Rio Grande do Norte (Igarn), quatro estão totalmente secos ou em volume morto. O reservatório de Pilões, no município de mesmo nome, no Oeste Potiguar, segue com completamente vazio, com, segundo monitoramento atualizado do Igarn, 0% de seus quase seis milhões de metros cúbicos de capacidade completos. Outros três açudes estão na mesma situação: o Dourado, em Currais Novos; Japi II, em São José do Campestre; e o Trairi, no município homônimo.

Não totalmente em colapso, mas quase que totalmente secos está um dos maiores reservatórios do estado, o Marechal Dutra, conhecido mais como Gargalheiras, em Acari. Ele está com apenas 22.943 m³ dos 44,4 milhões completos, o que representa apenas 0,05% da capacidade.

Maior manancial do RN, com capacidade para 2,4 bilhões de metros cúbicos, a barragem Armando Ribeiro Gonçalves está com 406.144.067 milhões de metros cúbicos, em termos percentuais, 16,92% do máximo que consegue acumular, aponta o Igarn.

Parede da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do RN, na região Oeste potiguar (Foto: Bruno Andrade)
Parede da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, maior reservatório do RN, na região Oeste potiguar (Foto: Bruno Andrade)

Seca histórica

O RN enfrenta uma seca histórica, com quase seis anos de estiagem severa. Dos 167 municípios potiguares, 153 estão em calamidade por causa da seca. Isso significa 92% do estado. Deste total, 15 cidades estão em colapso no abastecimento, ou seja, sem água nas torneiras.

Em outras 84, a Companhia de Águas e Esgotos do RN (Caern) criou sistemas de rodízio para garantir o mínimo de fornecimento. E os prejuízos, segundo o governo, já passam dos R$ 4 bilhões por causa da redução do rebanho e do plantio.

Fonte: G1

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