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sexta-feira, abril 13, 2018

Diretor de presídio transferia detentos em troca de favores sexuais, diz Ministério Público

Diretor foi preso durante operação do Gaeco em Araçatuba (Foto: Reprodução/TV TEM)
Diretor foi preso durante operação do Gaeco em Araçatuba (Foto: Reprodução/TV TEM)

As investigações do Ministério Público apontaram que o diretor do Centro de Ressocialização de Araçatuba (SP) recebia, além de dinheiro, favores sexuais para transferir presos de outras unidades para o presídio da cidade, que é referência no Estado.

A operação Fura-Fila, deflagrada pelo Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nesta quinta-feira (12), prendeu três pessoas, incluindo o diretor. Um agente penitenciário, suspeito de participar do esquema, já estava preso.

“A atuação detectada na investigação foi em dois focos: detectamos que servidores recebiam dinheiro para fazer inclusão indevida de presos no Centro de Ressocialização e também envolvimento de familiares e uma advogada de presos visando vantagens amorosas, indevidas, para a transferência dos presos”, afirma promotor do Gaeco Marcelo Sorrentino.

O promotor afirma que as investigações sobre o esquema vão continuar agora com a apreensão de materiais como celulares e computadores.

“Outros presos também vieram para cá de forma ilegal em razão de relacionamentos amorosos de familiares desses presos e também de advogadas desses presos com o diretor da unidade prisional”, afirma Sorrentino.

Segundo o promotor, a transferência de presos para centro de ressocialização é diferente de outras unidades prisionais. Nos centros de ressocialização, o diretor tem autonomia para fazer a mudança. “O diretor da unidade faz triagem, entrevista com os presos, e ele decide a inclusão. Decidido, ele passa para a coordenação que faz a parte logística da transferência”, afirma o promotor.


Thiago de Barros Rocha, advogado do diretor, disse para a TV TEM que vai se manifestar quando tiver conhecimento de toda a denúncia.

Em nota, a SAP, Secretaria de Administração Penitenciária, disse que “identificou que agentes penitenciários cobravam propina para transferirem presos de outras unidades prisionais para o Centro de Ressocialização de Araçatuba, sendo também constatado nas investigações um esquema para inclusões indevidas de presos por meio da manutenção de relacionamentos amorosos de familiares e advogada dos detentos com o diretor da referida unidade prisional”.

Centro de Ressocialização de Araçatuba é considerado modelo no Estado (Foto: Reprodução/Google)
Centro de Ressocialização de Araçatuba é considerado modelo no Estado (Foto: Reprodução/Google)

A operação
Quatro mandados de prisão preventiva foram expedidos durante a operação Fura-Fila. Além do diretor do presídio, José Antônio Rodrigues Filho, uma advogada foi presa em Mirassol (SP), e o filho de um agente penitenciário, este por tráfico de drogas. O outro mandado foi para um agente penitenciário aposentado, que já estava preso.

A operação foi feita pelo Gaeco em conjunto com a Secretaria de Administração Penitenciária.

O caso
A investigação começou em maio de 2017 e identificou que agentes penitenciários cobravam propina para transferirem presos para centro de ressocialização.

Ainda durante as investigações, um agente penitenciário aposentado envolvido no esquema foi preso em flagrante por tráfico de drogas e foram apreendidos 10 quilos de entorpecentes e uma arma de fogo.


A operação contou com a participação de seis promotores, agentes da SAP e 25 policiais militares.

Fonte: G1

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