Advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva negociam com a Polícia Federal para que ele seja preso neste sábado (7), após missa em homenagem à ex-primeira-dama Marisa Letícia,. Ela completaria 68 anos na data.
Pelo acordo em elaboração, Lula faria um pronunciamento durante a homília, a ser celebrada na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, às 9h30, e poderia ser preso depois da missa.
Segundo aliados do ex-presidente, Lula, petistas e movimentos de esquerda só admitiam, até a tarde desta sexta (6), uma hipótese: que a polícia fosse obrigada a buscá-lo na sede do sindicato.
Um dos mais fervorosos defensores dessa saída, o líder do MTST Guilherme Boulos, repetia que Lula deveria se preocupar com a imagem que passaria para a História.
Uma reunião com advogados provocou o recuo. Os juristas alegaram que Lula seria punido juridicamente caso desrespeitasse uma ordem judicial.
A intervenção do ex-ministro José Eduardo Cardozo foi incisiva contra o descumprimento da ordem:
“Quem vai pagar pelos prejuízos legais que sofreremos?”, perguntou.
Três emissários de Lula foram na noite dessa sexta à Polícia Federal, em São Paulo, para negociar as condições de prisão do ex-presidente.
O trio --composto por dois advogados e um dirigente do PT-- deixou o sindicato dos Metalúrgicos às 18h, após tenso debate.
Três horas antes, às 15h, advogados de Lula chegaram a informar à PF a decisão de esperar que os policiais fossem buscá-lo no sindicato.
A PF argumentou que não teria chances de entrar no sindicato. Segundo petistas, agentes à paisana estavam entre os manifestantes. Abriu-se, então, nova negociação, mas só depois que Lula admitiu a hipótese de se apresentar.
Um petista resume: a fotografia da prisão não será como Moro queria nem como Lula desejava
Aliados do ex-presidente também alertaram para o risco de incidentes caso a polícia tivesse de entrar na sede do sindicato. Qualquer conflito poderia levar a um isolamento do ex-presidente e dos partidos que o apoiam.
“Agora, precisamos ampliar com outras forças da sociedade”, diz o ex-ministro Orlando Silva, para quem seria temerário que a resistência se limitasse ao PT, PSOL e PCdoB.
Petistas lembram que Lula já deu uma demonstração de força ao não seguir o roteiro do juiz Sérgio Moro.
Fonte: Folha de São Paulo
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