O ex-comandante das Farc e candidato à presidência, Rodrigo Londoño, deverá ser submetido a uma cirurgia de coração aberto após sofrer um infarto, anunciou a Clínica Shaio de Bogotá nesta sexta-feira (2).
O parecer médico deixa incerto o futuro de sua campanha para as eleições de 27 de maio, nas quais o sucessor do presidente Juan Manuel Santos será escolhido.
Londoño, de 59 anos e também conhecido como Timochenko, sofreu um infarto na quinta-feira ao término de sua rotina de exercícios diários.
O ex-chefe rebelde, que sobreviveu a vários problemas de saúde nos últimos anos, foi levado de uma localidade próxima para a Clínia Shaio, especializada em tratamentos coronários, onde passará pela operação.
"O corpo médico sugeriu como plano de manejo idôneo a realização de uma intervenção cirúrgica", sustentou o centro hospitalar em comunicado.
Uma fonte da clínica detalhou à AFP que a operação será de coração aberto em um horário e dia a definir.
Carlos Lozada, um dos dirigentes mais próximos a Londoño e futuro senador da Força Alternativa Revolucionária do Comum (Farc), partido surgido dos acordos de paz de 2016, assegurou que Timochenko está com bom ânimo.
"Agora o que resta é esperar que saia de maneira satisfatória deste impasse. O encontramos bastante animado. Está consciente", comentou com os jornalistas do lado do fora do hospital.
Em 2015, o então comandante das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) esteve à beira da morte por causa de um infarto em Cuba, sede por quatro anos das negociações de paz.
Timochenko voltou a ficar alarmado em julho de 2017, quando sofreu um "leve" acidente vascular cerebral (AVC), que temporariamente dificultou a sua fala.
O ex-comandante guerrilheiro recebeu tratamento por vários meses em Havana, antes de assumir a candidatura da Farc no fim do ano passado.
Embora as pesquisas não deem a ele nenhuma chance de chegar ao poder, Londoño havia ratificado na quinta-feira sua intenção de seguir em frente com a candidatura, apesar de também denunciar não cumprimentos do acordo e falta de garantias de segurança.
O candidato de esquerda suspendeu em 9 de fevereiro os atos em praça pública devido aos protestos e às tentativas de agressão sofridas em vários pontos do país.
Sua saúde voltou a piorar em plena campanha para as legislativas de 11 de março, nas quais a Farc também fará parte, mesmo tendo garantidas ao menos 10 das 268 cadeiras do Congresso como parte do histórico acordo de paz.
Timochenko sobreviveu à intensa campanha militar que tentou, em vão, acabar com as Farc no início desta década.
Foi o último comandante desta guerrilha antes de assinar a paz com Santos e entregar os fuzis. Em 2011 havia sucedido no comando Alfonso Cano, abatido pelo Exército.
Fonte: G1
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