A descarga elétrica provocada por um raio, que derrubou o sistema de previsão do tempo do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em Brasília, na tarde deste domingo (4), atingiu na verdade o "nobreak", um sistema de proteção que bloqueia descargas elétricas elevadas e protege equipamentos eletrônicos para que não queimem.
Inicialmente, o instituto havia divulgado que a pane elétrica tinha atingido o computador-geral do instituto.
O caso interrompeu a previsão do tempo no Brasil e na América do Sul das 16h de domingo (4) até as 17h desta segunda-feira (5). Durante 25 horas, o Inmet operou com a energia de um gerador e os funcionários ficaram, pelo período da manhã, sem internet e telefone.
A função do-break é manter estável o fornecimento de energia elétrica que alimenta o supercomputador de monitoramento meteorológico, instalado há cerca de seis anos. A máquina, que tem capacidade de fazer 57 trilhões de cálculos por segundo, é responsável por consolidar dados sobre todos eventos climáticos e meteorológicos do Brasil.
Segundo o órgão, a descarga elétrica não danificou o equipamento. No entanto, o consultor de tecnologia da informação do instituto, José Maurício Franco Guedes, informou que a máquina está sem manutenção há dois anos e cobrou investimentos no setor. O G1 aguarda posicionamento do Ministério da Agricultura, responsável pelo Inmet.
Uma equipe com profissionais do próprio órgão foi convocada para fazer os consertos. Os técnicos trabalharam, durante todo o dia, na medição da tensão elétrica e no religamento do sistema.
Computador-geral do Inmet, em Brasília (Foto: Letícia Carvalho/G1)
Sem previsão do tempo
O Inmet – representante nacional da Organização Meteorológica Mundial – é um dos principais polos responsáveis por retransmitir dados meteorológicos, ao lado da Argentina, de toda a América Latina para os centros que coletam dados dos 192 países.
Conforme explicou a chefe de Análise de Previsão do Tempo do Inmet, Morgana Almeida, por causa do problema no sistema no-break, os centros mundiais, como o "Sistema de Previsão Global", rodado em Washington (EUA), terão apenas informações coletadas por Buenos Aires.
"A atualização do modelo de hoje, talvez, fique comprometida. Vai rodar sem os dados da América do Sul e isso afeta na qualidade da previsão."
Na prática, isso significa que órgãos responsáveis por emitir alertas sobre fenômenos que representam risco à população, como a Defesa Civil, não conseguiram desempenhar essa função pelo menos até as 17h desta segunda.
Fonte: G1
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