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quinta-feira, março 01, 2018

PF faz operação contra empresas de serviços de limpeza em desdobramento da Lava Jato

Prédio na Vila Nova Conceição, Zona Sul da capital paulista, onde é cumprido mandado de busca e apreensão (Foto: André Emateguy/TV Globo )
Prédio na Vila Nova Conceição, Zona Sul da capital paulista, onde é cumprido mandado de busca e apreensão (Foto: André Emateguy/TV Globo )

A Polícia Federal e a Receita Federal cumprem mandados de busca e apreensão em operação de desdobramento da Lava Jato em São Paulo e Minas Gerais na manhã desta quinta-feira (1º). A Operação Descarte tem como objetivo desarticular esquema criminoso de lavagem de dinheiro e desvios de recursos pagos por prefeituras municipais pela limpeza urbana.

Estão sendo cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em residências e empresas nas cidades de São Paulo (9), Santos/SP (1), Paulínia/SP (1), Belo Horizonte (2) e Lamin/MG (2). Em BH, os policiais fazem buscas na casa de Átila Reys Silva, empresário da construção civil, em Mangabeiras, bairro nobre da capital mineira. Ele é apontado pela PF como operador do esquema.

De acordo com a Receita Federal, a organização criminosa emitiu mais de R$ 900 milhões em notas fiscais com indícios de fraude.

Segundo a Polícia Federal, "as empresas participantes do esquema simulavam a venda de mercadorias ao cliente do 'serviço' de lavagem, que então pagava por produtos inexistentes via transferências bancárias ou boletos (para dar aparência de legalidade à aquisição). As quantias recebidas eram transferidas para diversas outras empresas de fachada, que remetiam os valores para o exterior ou faziam transferências para pessoas ligadas ao cliente inicial".

A investigação mostrou que a empresa Soma, concessionária de serviços públicos de limpeza no município de São Paulo, é "a maior cliente identificada, usou serviços da rede profissionalizada de lavagem de dinheiro, tendo simulado a aquisição de detergentes, sacos de lixo, uniformes etc., entre os anos de 2012 e 2017". O G1 e a TV Globo procuraram a Soma e a Prefeitura de São Paulo e aguardam posicionamento.

No total, segundo a PF, foram repassados mais de R$120 milhões para terceiros ainda não identificados. Uma das células do esquema criminoso mandou ilegalmente parte dos valores para o exterior, em favor de funcionário público argentino e em conluio com operadores financeiros que foram presos posteriormente durante a Operação Lava Jato. Além disso, o grupo adquiriu vários veículos de alto luxo, como Ferrari, Masserati e BMW, registrados em nome de laranjas.

A investigação foi feita a partir de delação do doleiro Alberto Youssef. Os mandados de busca foram expedidos pela 2ª Vara Criminal Federal.

Mandado de busca e apressnão é cumprido em apartamento na Zona Sul de SP (Foto: André Emateguy/TV Globo)
Mandado de busca e apressnão é cumprido em apartamento na Zona Sul de SP (Foto: André Emateguy/TV Globo)

Fonte: G1

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