O Conselho Superior do Ministério Público Federal decidiu nesta terça-feira (6) instaurar um processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do procurador Ângelo Goulart Vilela.
Vilela chegou a ser preso em maio do ano passado, sob a suspeita de ter atuado para beneficiar o grupo J&F, que controla o frigorífico JBS, e para embaraçar investigações sobre eventuais irregularidades praticadas por empresas do grupo. Em agosto do mesmo ano, Goulart foi solto por decisão da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo o MPF, as investigações reveleram que, valendo-se do cargo que ocupava, Ângelo Goulart atuou para embaraçar investigações, vendendo informações sigilosas sobre investigações relacionadas à J&F.
À época dos fatos apurados, Goulart era integrante da força-tarefa da Operação Greenfield, que investigava, entre outros, as empresas de Joesley e Wesley Batista, e irregularidades em fundos de pensão.
Além do processo disciplinar, o conselho também decidiu afastar o procurador do cargo por 120 dias.
Ao proferir seu voto, o relator do processo, conselheiro Alcides Martins, afirmou que “constitui poder e dever da administração pública apurar a prática do suposto ilícito” após a verificação de indícios suficientes sobre algum tipo de infração funcional.
A procuradora-geral da República Raquel Dodge, que presidiu a sessão, acompanhou o relator e disse que o suposto vazamento de informações quebrou a confiança interna do órgão.
“Os fatos narrados enfatizam que houve uma quebra da lealdade e da confiança institucional e uma ofensa à lei que determina um tratamento sigiloso para esses atos”, afirmou.
O plenário do Conselho decidiu também desmembrar as investigações contra o procurador. Uma comissão ficará responsável exclusivamente por averiguar o suposto vazamento de informações sigilosas, enquanto outra vai se dedicar às denúncias de recebimento de valores indevidos.
Fonte: G1
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