Agentes da Polícia Técnico-Científica periciaram nesta sexta-feira (2) os dois helicópteros do piloto Felipe Ramos Moraes, envolvido nas execuções de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca. A perícia foi realizada no hangar da Polícia Civil, no Aeroporto Campo de Marte, na Zona Norte de São Paulo.
Importantes membros da facção criminosa paulista Primeiro Comando da Capital (PCC), Gegê e Paca embarcaram em uma das aeronaves de Moraes em 15 de fevereiro, no litoral do Ceará. Investigações apontam que o helicóptero fez um pouso não programado em uma reserva indígena a 30 km de Fortaleza e, lá, a dupla foi torturada e morta.
Detalhes do helicóptero usado na execução de Gegê do Mangue que foi periciado (Foto: Divulgação)
Os helicópteros foram encontrados nesta semana. Um estava num hangar no ABC. O outra, que segundo a Polícia Civil foi utilizado no crime, foi achado abandonado em uma área de mata em Fernandópolis, no interior.
Nesta sexta, os agentes colheram digitais e procuraram vestígios de sangue, principalmente no helicóptero usado no crime, o que não foi encontrado. Acompanharam a perícia policiais civis da equipe do delegado Fábio Sandrin, do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).
Digitais localizadas na fuselagem do helicóptero usado na execução de Gegê do Mangue (Foto: Divulgação)
Helicóptero apreendido é periciado (Foto: Divulgação)
Interior de helicóptero que foi periciado em SP (Foto: Divulgação)
Lanchas
Segundo o Deic, também foram apreendidas duas lanchas que estavam em marinas em Guarujá, no litoral. Fontes ligadas à Marinha do Brasil informaram que ambas as lanchas apreendidas são de médio porte, identificadas como esporte e recreio, e têm capacidade para transportar 11 pessoas e um tripulante cada.
A embarcação "Sem futuro" está registrada na Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP), enquanto a "Só Emoções" está na Capitania dos Portos de Pernambuco (CPPE). O piloto Moraes também tem uma moto aquática registrada em São Paulo, mas que não foi apreendida. Todos os veículos estão devidamente licenciados, segundo a autoridade marítima.
Taxista viu piloto nervoso
No último dia 27, um taxista que prestou depoimento no caso da morte dos chefes do PPC no Ceará disse ter deixado Felipe Moraes em uma empresa de táxi aéreo na manhã de 15 de fevereiro. Logo depois, Moraes conduziria o helicóptero levando os dois chefes da facção para o local onde foram mortos.
No trajeto no táxi, o piloto pediu pressa e disse que ''não queria deixar o serviço com outra pessoa", afirmou o motorista.
Desvio de dinheiro em facção
Um bilhete achado na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, reforça a suspeita investigada pelo Ministério Público de que Gegê e Paca foram foram mortos porque supostamente desviaram dinheiro da facção criminosa.
“Amigos aqui é o resumo do Pe quadrado [Penitenciária] e mais uns irmãos. Ontem foram chamados em uma ideias, aonde nosso ir [irmão] cabelo duro deixou nois [sic] ciente que o fuminho mandou matar os (...) o GG e o Paka. Inclusive o ir cabelo duro e mais alguns irs [irmãos] são prova que os irs [Gegê e Paca] estavam roubando”, informa o bilhete escrito a caneta num pedaço de papel.
A Polícia Civil do Ceará concluiu que foi Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como "Fuminho", quem mandou matar Gegê e Paca. A Justiça cearense determinou a prisão de Fuminho e outras quatro pessoas.
Fuminho era considerado uns dos chefes do bando, no mesmo patamar de Gegê e Paca, todos abaixo de Marcola, que comanda a organização de dentro de um presídio em São Paulo.
Fonte: G1
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