Hoje (10), os professores da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Uern) completam três meses em greve e permanecem sem perspectiva de regularização da folha de pagamento. A greve, que teve início no dia 10 de novembro de 2017, cobrava a apresentação e cumprimento de um calendário de pagamento pelo Governo do Estado.
Os professores receberam os salários de dezembro na última terça-feira (6), mas continuam sem os salários de janeiro e o décimo-terceiro. Na última segunda-feira (5), representantes da Associação dos Docentes da Uern (Aduern) se reuniram com a chefe do Gabinete Civil, Tatiana Mendes Cunha para discutir a greve. Entretanto, nenhum plano concreto foi apresentado para quitar os salários atrasados dos professores que, em assembleia, decidiram dar continuidade ao movimento grevista. “Nós tivemos uma audiência com o Governo na segunda-feira e nessa audiência não teve nenhuma perspectiva de regularização de salários, que era nossa pauta principal. Naquele momento nós estávamos sem os salários de dezembro, janeiro e o décimo terceiro. Tatiana Mendes Cunha falou que a situação fiscal do Estado era a mesma e não havia possibilidade de regularizar os pagamentos. Somos colocados em uma situação difícil diante dessa posição. Como pedir que os professores retornem ao trabalho sem receber o mínimo, que é o pagamento?”, afirma a diretora da Aduern, Rivania Moura. Aliado ao pensamento dos seus docentes, o reitor da Uern, Pedro Fernandes Ribeiro, comenta que o diálogo com a classe está acontecendo e que a própria Aduern chegou a apresentar uma série de reclamações por parte dos professores à universidade. “A gente busca encontrar condições para que as pautas sejam atendidas, inclusive, a pauta apresentada tinha nove pontos que traziam questões de relação direta a universidade foram resolvidos. E ficaram esses dois principais pontos, pagamento dos salários em dia e o calendário de pagamento, que aí realmente extrapola nossa competência”, comentou. A reunião também teve como pauta a federalização da instituição, sugestão apresentada pelo Governo Federal para retirar do Estado os gastos com a Uern. Para os professores, no momento vivido pelo Brasil, a federalização da Universidade seria inviável. “No atual contexto brasileiro, uma proposta como essa é praticamente inviável. Todo orçamento das universidades federais está congelado, houve uma diminuição do orçamento a partir desse ano, tanto para a educação como para a ciência e tecnologia. O Governo Federal já tem feito esse trabalho de reduzir investimentos com as universidades federais. Além de não ser viável, nos causou estranheza essa proposta, porque ela não foi discutida com os segmentos da universidade”, diz Rivania. O Gabinete Civil afirmou, por meio de uma postagem feita em rede social, que a proposta de federalização da Uern não é um projeto do Governo do Estado, e está descartada. Até que uma proposta de pagamento seja apresentada aos professores, no entanto, a Uern permanecerá com o calendário acadêmico congelado. A greve teve início durante o período de recesso dos estudantes e, por isso, não tinha afetado até o momento as aulas da instituição. “Eu mesmo fiz um apelo à comunidade, aos servidores para que a gente fizesse uma reflexão, acerca do momento e do movimento e que colocássemos a Uern acima da gente, porque é muito difícil porque trabalhar sem receber o salário é muito complicado, isso gera toda uma consequência, inclusive na sala de aula, muito ruim. Faz-se necessário que o governo procure apresentar algum tipo de alternativa para que a gente avalie isso em assembleia, e tenho certeza quanto os técnicos administrativos e os docentes estão doidos, ansiosos por qualquer proposta para que a gente faça essa avaliação e retorne as atividades”, comentou o reitor. Quando a greve acabar, os professores ainda terão de convocar uma reunião de colegiado junto à reitoria para a elaboração de um novo calendário de aulas para a universidade.
Fonte: Tribuna do Norte
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