A operação é de alto risco. Se der certo, o presidente Michel Temer pode recuperar sua imagem. Se der errado, seu governo pode ter fim melancólico. Mas não havia, na avaliação de Temer, outra saída. A situação no estado do Rio de Janeiro chegou ao limite, ficou fora de controle e o próprio presidente fez a proposta de intervenção na segurança pública.
Segundo Temer disse a interlocutores, a situação no Rio pedia respostas extremas diante da perda de controle sobre a segurança. “Situação extrema exige e demanda resposta extrema, o pior seria ficar parado e não fazer nada”, defenderam assessores do presidente depois de conversarem com ele sobre a decisão de intervenção no estado, tomada em reunião no Palácio da Alvorada.
Temer decidiu fazer a proposta de intervenção ao governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, depois das cenas de violência registradas durante o Carnaval carioca e das declarações do governador reconhecendo que havia perdido o controle sobre a situação nos últimos dias. Ao ser informado da proposta de Temer, Pezão primeiro reagiu com “surpresa”, mas depois a aceitou porque ele seguiria no comando do governo.
Na prática, porém, o efeito simbólico será o mesmo. O principal problema de hoje no Rio de Janeiro é a segurança. Ao perder o controle sobre a área, a mensagem real será que Pezão jogou a toalha e reconheceu falta de competência para administrar a política de combate à violência no estado. O governador, porém, disse a interlocutores que não tinha outra saída e precisava pensar, primeiro, na população.
Com a decisão, Temer busca, também, mostrar que seu governo não depende apenas da reforma da Previdência para continuar vivo neste ano e tentar se recuperar. Segundo assessores, se conseguir melhorar a segurança no Rio e no resto do país, o presidente se fortalece, pode reduzir seu desgaste perante à população e terá como influenciar diretamente na eleição.
Há até aqueles que não afastam a possibilidade de ele tentar uma reeleição. Um assessor destaca que o governo fez a inflação cair, reduziu os juros e a economia vai crescer mais neste ano. Se mostrar capacidade para enfrentar um dos piores problemas do país e, particularmente, do Rio, o presidente sairia fortalecido. Se fracassar, o resultado será o oposto. A conferir.
Fonte: G1
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