A Procuradoria Geral da República (PGR) informou nesta segunda-feira (26) ter se manifestado ao Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da prorrogação do inquérito que tem o presidente Michel Temer entre os investigados.
No mesmo documento, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pediu ao STF que emita ordem judicial para o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, se abster de "qualquer ato de ingerência" sobre o inquérito, sob pena de afastamento do cargo.
A manifestação de Raquel Dodge foi enviada após pedido do ministro do STF Luís Roberto Barroso, relator do caso.
No último dia 20, o delegado Cleyber Lopes, da Polícia Federal, pediu ao Supremo a prorrogação do inquérito por mais 60 dias.
Declarações de Segovia
No último dia 9, Fernando Segovia disse em entrevista à Reuters que, no inquérito, não foi encontrado indício de crime por parte de Temer.
Segundo a agência, o diretor-geral da PF também indicou que a PF pediria o arquivamento das investigações.
As declarações de Segovia causaram intensa repercussão, a ponto de os delegados da PF que atuam no Supremo divulgarem mensagem contra o que ele disse.
Além disso, Barroso intimou o diretor-geral a dar explicações. Segundo o ministro, Segovia disse ter sido mal interpretado.
"Quaisquer manifestações a respeito de apurações em curso contrariam os princípios que norteiam a Administração Pública, em especial o da impessoalidade e da moralidade", afirmou Raquel Dodge ao Supremo.
O inquérito
O inquérito foi aberto em setembro do ano passado com base nas delações de Joesley Batista, dono do grupo J&F, e de Ricardo Saud, ex-executivo do grupo.
As investigações apuram o suposto pagamento de propina na edição, por Temer, de um decreto relacionado ao setor de portos.
De acordo com as investigações, a empresa Rodrimar, que atua no Porto de Santos (SP), teria sido beneficiada. Temer e a empresa negam a acusação.
Fonte: G1
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