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segunda-feira, fevereiro 26, 2018

Novos bombardeios atingem Guta Oriental, na Síria, após ONU aprovar cessar-fogo

Sírio caminha entre prédios destruídos em Duma, cidade de Guta Oriental, neste domingo (25), oito dias após a intensificação do conflito na região  (Foto: Hamza Al-Ajweh / AFP )As forças governamentais sírias retomaram neste domingo (25) bombardeios e ataques de artilharia contra a região de Guta Oriental, reduto opositor na periferia de Damasco, mesmo depois de a Organização das Nações Unidas (ONU) ter aprovado um cessar-fogo de 30 dias.

Desde a primeira hora da manhã de deste domingo, caíram seis mísseis em Harasta, outros quatro projéteis em Kafr Badna e Yisrin e outros quatro em Hamuriya, enquanto Al Shifunia foi alvo de dois bombardeios, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Grupos opositores, como o grupo Exército do Islã, disseram ter disputado com forças do governo em diversas frentes nas primeiras horas do domingo.

Apesar dos combates, o Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou que a noite passada foi a mais tranquila desde o início da intensificação da escalada militar em Guta Oriental, que começou no domingo (18). Não houve registro de mortes.

Prédios e carros ficam destruídos em Duma, cidade de Guta Oriental, em registro feito neste domingo (25), oito dias após a intensificação do conflito na região  (Foto: Hamza Al-Ajweh / AFP )
Prédios e carros ficam destruídos em Duma, cidade de Guta Oriental, em registro feito neste domingo (25), oito dias após a intensificação do conflito na região (Foto: Hamza Al-Ajweh / AFP )

O general iraniano Mohammad Baqeri, cujo governo apoia o presidente sírio Bashar al-Assad, afirmou que Teerã e Damasco respeitariam a resolução da ONU, segundo a Reuters. No entanto, declarou que a trégua não cobria partes do subúrbio de Damasco "mantido pelos terroristas", disse a agência de notícias Tasnim.

‘É desumano’, diz papa

O Papa Francisco disse neste domingo que a Síria está sendo "martirizada" com os ataques contínuos que matam civis em Guta e pediu o fim imediato da violência e acesso para ajuda humanitária atuar no país.

"Tudo isso é desumano", disse Francisco a dezenas de milhares de pessoas na Praça São Pedro, em sua bênção semanal, de acordo com a Reuters.

"Nesses dias, meus pensamentos costumavam estar com a amada e martirizada Síria", disse ele, observando que havia milhares de civis vítimas de violência, que nem sequer são respeitados nos hospitais.

Membros do Conselho de Segurança da ONU votaram neste sábado (24) resolução que pede trégua de 30 dias na Síria (Foto: REUTERS/Eduardo Munoz)
Membros do Conselho de Segurança da ONU votaram neste sábado (24) resolução que pede trégua de 30 dias na Síria (Foto: REUTERS/Eduardo Munoz)

O Conselho de Segurança da ONU aprovou no sábado à noite uma resolução na qual exige a todas as partes beligerantes uma cessação das hostilidades durante 30 dias em todo o país, incluindo de forma expressa Guta Oriental.

No entanto, a resolução exclui do cessar-fogo os grupos terroristas Estado Islâmico (EI) e Organismo de Libertação do Levante, aliança criada em torno da Frente Al Nusra, nome da antiga filial síria da Al Qaeda que, segundo o governo sírio, está presente em Guta Oriental.

O Conselho votou de maneira unânime para exigir que a trégua permita acesso de ajuda e retiradas médicas. No entanto, enquanto Moscou apoiou a adoção da resolução, o embaixador russo no ONU, Vassily Nebenzia, colocou em dúvida sua viabilidade.

Em uma semana de intensos ataques aéreos, de artilharia e com mísseis, a região contabilizou a morte de pelo menos 510 pessoas, entre elas 127 menores de idade, segundo os últimos números divulgados pelo Observatório.

Guta Oriental
Guta Oriental é um antigo destino de viagens de final de semana para os moradores da capital síria, Damasco, e atualmente um dos últimos redutos de rebeldes que lutam contra o regime do ditador Bashar Al-Assad.

O cerco a Guta Oriental teve início em 2013, dois anos depois de explodir a guerra na Síria. Nesta região, de cerca de 100 quilômetros quadrados, 400 mil pessoas vivem cercados por forças pró-Damasco.

Apesar de ser isolada e bombardeada há anos, desde o último domingo Guta Oriental é alvo de uma nova campanha aérea lançada pelo regime de Assad e seu aliado, a Rússia.

Fonte: G1

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