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quarta-feira, fevereiro 07, 2018

No Acre, detentos colocam fogo em presídio após dois presos serem mortos na saída da unidade

Detentos que cumprem pena na Unidade Prisional UP4 – conhecida como Papudinha -, em Rio Branco, colocaram fogo no presídio após dois detentos serem mortos a tiros quando saiam do local. Os atentados ocorreram na manhã desta quarta-feira (7) e podem ter sido em represália ao ataque que vitimou outro detento no último dia 2, segundo a Segurança Pública. A polícia confirmou que um dos presos que morreu é Mateus da Silva Lima, de 23 anos.

O Corpo de Bombeiros foi chamado para controlar o fogo por volta das 5h30, que durou quase uma hora e meia. Os Bombeiros ainda continuam no local. Equipes das Polícias Militar, Civil e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) estão no local para evitar que novos ataques ocorram.

Um dos presos morreu ainda no local e o outro ainda chegou a ser socorrido pela viatura do Serviço Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu e morreu minutos depois. A área onde fica o presídio está isolada.

Detentos colocaram fogo na unidade na manhã desta quarta-feira (7) (Foto: Arquivo Pessoal)
Detentos colocaram fogo na unidade na manhã desta quarta-feira (7) (Foto: Arquivo Pessoal)

O delegado Cristiano Bastos, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), disse que ainda é cedo para saber as circunstâncias em que os crimes ocorreram, mas que uma das hipóteses é a guerra entre as facções criminosas.

“Vamos começar os trabalhos e ver quem são os responsáveis pelos crimes. É cedo para a gente afirmar, mas temos informações de que os suspeitos não seriam os presos e os crimes podem ter ligação com a guerra de facções e retaliações entre os grupos criminosos. Não têm testemunhas, a não ser os presos que estavam saindo da unidade”, falou.

Um estudante de 20 anos, que mora no bairro Tucumã e não quis se identificar, disse que diversos presos entraram no ônibus que faz a linha Universitário próximo à Escola Armando Nogueira. Um desse presos, segundo o estudante, estava sujo de sangue e tinha uma arma escondida na cintura.

“Era mais ou menos 5h40, quando eles [detentos] vieram correndo e lotaram o ônibus. Não deixaram o motorista do ônibus parar para pegar ninguém, só algumas pessoas que conseguiram descer em algumas paradas e eu fui uma delas. Falaram que se o motorista parasse, ia colocar a vida de inocentes em risco. Estavam apressados para passar daquela região. Todos ficaram apavorados”, falou.

Detentos são mortos na saída de unidade prisional em Rio Branco (Foto: Arquivo Pessoal)
Detentos são mortos na saída de unidade prisional em Rio Branco (Foto: Arquivo Pessoal)

Mortes violentas
Entre a sexta-feira (2) e sábado (3) o Acre registrou 11 mortes violentas na capital acreana e no interior. Com as duas que ocorreram na manhã desta quarta (7) já são 13 mortes. O primeiro caso de morte que ocorreu na Papudinha foi o do detento Mossiene Damasceno Lima, de 34 anos, que cumpria pena no regime semiaberto e foi morto a tiros quando saia da unidade no último dia 2.

Entre os assassinatos estão os três jovens que foram atingidos a tiros quando participavam de uma festa e um homem chegou e atirou. As vítimas, Luana Aragão, de 21 anos, Rafaella Santos, de 17, e Renan Barbosa, de 20 anos, morreram quando recebiam atendimento médico. A quarta vítima, Cleiciane Rodrigues, de 19 anos, ficou internada e recebeu alta no domingo (4).

Após os ataques, o secretário de secretário de Segurança Pública, Emylson Farias, sugeriu o fechamento da Papudinha. A juíza Luana Campos, titular da Vara de Execuções Penais da comarca de Rio Branco, disse, nesta terça (6), que o Estado precisa garantir os equipamentos disponíveis para monitorar os presos do regime semiaberto para que a desativação da unidade seja analisada.

Fonte: G1

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