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domingo, fevereiro 25, 2018

Moro determina nova perícia em sistemas de propina da Odebrecht para investigação envolvendo sítio em Atibaia

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O juiz Sérgio Moro, que é responsável pelos processos da Lava Jato na primeira instância, determinou uma nova perícia nos sistemas de contabilidade informal da Odebrecht com o objetivo de identificar possíveis lançamentos e documentos em relação à reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), pela empreiteira.

O pedido foi feito nesta sexta-feira (23).

Os sistemas são conhecidos como Drousys e Mywebday, que, segundo a Operação Lava Jato, continham informações sobre pagamento de propina da Odebrecht, já estão em posse da Polícia Federal (PF).

Nesta sexta, um laudo de 321 páginas nos mesmos sistemas, mas sobre outra ação penal, foi apresentado após determinação de Moro. Veja abaixo.

Na ação penal sobre o sítio em Atibaia, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é acusado de receber reformas no imóvel como propina. A propriedade, conforme as investigações, está no nome de Jonas Suassuna e Fernando Bittar, que são sócios do filho do ex-presidente, Fábio Luis Lula da Silva.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), Lula recebeu propina proveniente de seis contratos firmados entre a Petrobras e a Odebrecht e a OAS. Conforme a denúncia, as melhorias no Sítio Santa Bárbara totalizaram R$ 1,02 milhão.

Lula nega as acusações e diz não ser o dono do imóvel. Ele é réu neste processo e responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Ao determinar a perícia, o juiz solicitou os seguintes questionamentos:

a) que seja verificado se o sistema de contabilidade informal do Grupo Odebrecht contém documentos ou lançamentos que possam estar relacionados com a reforma do Sítio em Atibaia pelo Grupo Odebrecht em benefício do acusado Luiz Inácio Lula da Silva;

b) se positivo, devem ser discriminados os encontrados e as características dos arquivos respectivos, bem como quanto a sua autenticidade e integridade;

c) que seja verificado se os documentos já juntados aos autos encontram-se no sistema e se positivo devem ser informadas as características dos arquivos respectivos, bem como quanto a sua autenticidade e integridade.


Moro deu um prazo de trinta dias para que a perícia seja feita, contados a partir do encaminhamento dos quesitos e da decisão à Polícia Federal.

PF apresenta laudo de 321 páginas em outra ação penal
Os sistemas Drousys e Mywebday estão sob posse da Polícia Federal desde setembro do ano passado, quando Moro determinou uma perícia em relação a compra do terreno onde, segundo as ivestigações, seria construída a sede do Instituto Lula, e de um apartamento em São Bernardo do Campo, no prédio onde vive o ex-presidente Lula.

Conforme os peritos, de um total de 1.912.667 de arquivos, 842 arquivos foram identificados pelos peritos como uma espécie de não conformidade.

Além disso, o laudo também descobriu que dois arquivos (uma foto e um arquivo PDF) foram apagados do sistema de uma maneira que não é possível recuperar. Mas, descobriram o IP de quem apagou os arquivos, que está no nome de carlos_braga.pdf.

Os arquivos, conforme a perícia, foram apagados logo após a prisão do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, em junho de 2015.

Conforme a denúncia, o Grupo Odebrecht pagou propina a Lula via aquisição do imóvel onde seria construída a sede do Instituto Lula. O valor, até novembro de 2012, foi de R$ 12.422.000, afirmam os procuradores.

A denúncia afirma também que o ex-presidente recebeu, como vantagem indevida, a cobertura vizinha à residência onde vive em São Bernardo do Campo, interior de São Paulo.

Lula é réu neste processo por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A defesa dele nega as acusações.

My Web Day e Drousys
O "My Web Day" foi mencionado durante o depoimento de Hilberto Mascarenhas, que era o responsável pelo setor de propinas da empreiteira, prestado em 7 de junho do ano passado.

Segundo Mascarenhas, o sistema foi adaptado para fazer o controle de tesouraria e, atualmente, não é mais utilizado. O "My Web Day" funcionava como um manual da propina e foi substituído posteriormente pelo "Drousys", um controle mais sofisticado e que ficava na Suíça.

Ainda conforme o depoimento, o programa continha todos os registros dos pagamentos efetuados e a quem foram efetuados, por condinome.

O que a Odebrecht diz
Veja a íntegra da nota enviada pela Odebrecht:

“A Odebrecht informa que desde março de 2016, quando anunciou sua decisão por uma colaboração definitiva com a Justiça do Brasil e de todos os países em que atua, vem fornecendo às autoridades os arquivos de seus sistemas eletrônicos sem qualquer modificação. No caso em questão, a perícia da Polícia Federal determinou que 99,9% dos arquivos examinados estão íntegros e são autênticos. A empresa está oferecendo todo apoio ao trabalho de perícia, de modo a esclarecer eventuais dúvidas.

Fonte: G1

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