O delegado Moacir Fermino foi afastado de suas funções por ordem judicial, conforme informou nesta quinta-feira (15) a Corregedoria da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Cogepol). Ele é investigado por conta da atuação no inquérito sobre duas crianças encontradas mortas e esquartejadas em Novo Hamburgo no ano passado.
Conforme o delegado Marco Meirelles, o afastamento é uma medida cautelar para o andamento das investigações. "Está afastado por ordem judicial solicitada pela Cogepol", informou de forma breve. Fermino ainda não foi ouvido no novo inquérito.
O caso teve uma reviravolta quando o delegado titular da Delegacia de Homicídios da cidade, Rogério Baggio, reassumiu a investigação após as férias. Ele descobriu que testemunhas mentiram sobre a participação de sete pessoas no crime.
A investigação foi iniciada em setembro, por Baggio, quando os corpos das crianças foram encontrados. O delegado Moacir Fermino substituiu o titular assim que ele entrou em férias, no fim do ano. Foi quando a Justiça autorizou a prisão de sete pessoas com base nos testemunhos de que as crianças teriam sido mortas em um ritual satânico.
Cinco pessoas chegaram a ser presas. Fermino convocou uma coletiva de imprensa para dar detalhes do ritual, divulgando os nomes dos investigados. O delegado que conduzia o inquérito temporariamente disse que uma "revelação divina", por meio de dois profetas, ajudou a polícia a chegar aos suspeitos.
Reviravolta
Após a declaração de Fermino, Rogério Baggio voltou das férias antes do previsto e reassumiu o inquérito. No último dia 7 de janeiro, ele revelou que três das testemunhas ouvidas pela polícia haviam mentido. "O que tínhamos é mentira, uma farsa", afirmou o titular.
No mesmo dia, foi anunciada a soltura dos cinco presos, e anunciada a prisão de uma outra pessoa suspeita de ter coagido as testemunhas a mentirem, oferecendo moradia, alimentação e um valor mensal do Programa Protege, que dá assistência a testemunhas ameaçadas.
Com isso, a investigação em relação à morte e ao esquartejamento das crianças voltou à estaca zero, e a chefia de Polícia Civil ordenou que o caso fosse encaminhado para a Corregedoria.
Delegado Rogério afirmou, em entrevista coletiva, que as pessoas presas no caso são inocentes (Foto: Luã Hernandez/G1 RS )
Fonte: G1
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