O vereador Dr. Brito, do Patriota, e outras cinco pessoas foram presas nesta terça-feira (16) na oitava fase da Operação Pecúlio. A ação coordenada pela Polícia Federal (PF), em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, investiga supostas fraudes em licitações na área da Saúde.
Segundo o procurador Alexandre Porciúncula, Dr. Brito é o líder e o principal beneficiário do esquema criminoso.
“Ele é pré-candidato a deputado estadual e visava angariar dinheiro para a campanha”, destacou ao apontar o servidor e assessor de imprensa do vereador, José Reis, conhecido como Cazuza, como o mentor intelectual.
O G1 tenta contato com o advogado do vereador e do servidor José Reis.
Colaboração
As investigações que tiveram início em abril de 2017, com base em informações de um colaborador, afirma o Ministério Público Federal (MPF), apontam que o grupo obtinha informações privilegiadas de processos licitatórios.
Segundo a PF e o MPF, o grupo criminoso agia dentro do Hospital Municipal de Foz do Iguaçu (Foto: Marcos Landim/RPC)
Com tais informações, explicou o procurador, os envolvidos direcionavam a concorrência para que a clínica particular do vereador, que é médico, fosse a vencedora.
No período investigado, há indícios de fraudes em pregões que levaram à assinatura de dois contratos entre a clínica e a Fundação Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu para a prestação de serviços para o Hospital Municipal Padre Germano Lauck.
"Com alguém dentro da Fundação Municipal de Saúde seria possível direcionar esses processos de atos que deveriam ser publicitados por meio de editais, informações poderiam ser fornecidas antecipadamente, como informações de concorrentes, para um direcionamento dessas licitações", explicou o delegado Sérgio Ueda.
10%
O primeiro contrato era de R$ 20 mil por mês e o outro de cerca de R$ 75 mil.
Ainda conforme o procurador, o servidor municipal que denunciou o esquema havia sido procurado com a proposta de que 10% dos valores dos contratos fossem repassados ao grupo.
Toda a ação foi monitorada por meio de gravação das conversas mantidas entre o funcionário público e o grupo. Entregas de dinheiro também foram registradas. Uma delas foi feita em uma panificadora que fica ao lado da delegacia da PF.
Os pagamentos, diz, foram cessados após a mudança da direção do Hospital Municipal.
Mandados de prisão e de busca e apreensão
Foram presos ainda o chefe do setor de radiologia e uma servidora do Hospital Municipal, uma funcionária e a contadora da clínica do Dr. Brito. Na ação, foram cumpridos ainda 12 mandados de busca e apreensão.
Em nota, a assessoria de imprensa da Câmara Muncipal informou que as buscas no gabinete do vereador Dr. Brito foram realizadas antes do início do expediente e acompanhadas por um funcionário da portaria.
"A diretoria da Câmara está tomando conhecimento dos fatos e irá, em momento oportuno, tomar as medidas cabíveis", comunicou.
O vereador também é investigado por assinar laudos de exames laboratoriais que deveriam ser feitos por ele, mas que eram realizados por outra pessoa.
A Câmara Municipal será informada oficialmente sobre a prisão do Dr. Brito e deve decidir sobre a manutenção ou não do mandato dele.
Nome da operação
A PF informou que a operação "Renitência" recebeu esse nome em alusão ao fato de que, mesmo após as outras sete fases da Pecúlio - deflagrada em abril de 2016 -, agentes públicos seguem cometendo fraudes na administração da cidade.
Fonte: G1
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