quarta-feira, janeiro 10, 2018

Três homens são condenados pela morte da cantora Loalwa Braz, do grupo Kaoma

Loalwa Braz foi morta em janeiro de 2017 (Foto: Divulgação/Site oficial)

Os três acusados pelo assassinato da cantora Loalwa Braz Vieira Machado Ramos, do grupo Kaoma, foram condenados a 37, 28 e 22 anos de prisão pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte). A decisão foi dada na segunda-feira (8) pela 1ª Vara de Saquarema, na Região dos Lagos do Rio. Os acusados podem recorrer, mas em regime fechado.

O corpo de Loalwa Braz, de 63 anos, vocalista do Kaoma na década de 1990, foi encontrado em um carro incendiado no dia 19 de janeiro de 2017.

Wallace de Paula Vieira foi condenado a 37 anos de prisão. Além de Gabriel Ferreira dos Santos, que deve cumprir 28 anos, e Lucas Silva de Lima, condenado a 22 anos. Segundo a polícia, os três homens invadiram a pousada que pertencia a Loalwa, a colocaram no veículo e levaram para a Estrada da Barreira, em Bacaxá, distrito de Saquarema. A cantora ficou conhecida pelo hit "Chorando se foi".

Corpo de Loalwa foi encontrado carbonizado dentro de um carro (Foto: Antonio Carlos/Futura Press/Estadão Conteúdo)
Corpo de Loalwa foi encontrado carbonizado dentro de um carro (Foto: Antonio Carlos/Futura Press/Estadão Conteúdo)

Segundo a polícia, Wallace de Paula Vieira trabalhava como caseiro na pousada e foi condenado também "por causar incêndio em casa habitada". Os acusados foram levados para a Cadeia Pública José Frederico Marques, no Complexo Penitenciário de Gericinó, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Segundo o delegado titular da 124ª DP, Leonardo Macharet, quando Wallace foi preso, ainda em janeiro de 2017, ele confessou o crime e "não demonstrou nenhum tipo de arrependimento".

Na decisão da Justiça consta ainda que os acusados arrombaram a porta do quarto e agrediram a cantora intensamente "com pauladas, golpes de faca, chutes, socos e enforcando-a, enquanto a vítima pedia socorro".

Ainda de acordo com a investigação, os homens a colocaram no veículo ainda viva, com a cabeça em contato com um botijão de gás, e atearam fogo, causando a sua morte e carbonizando o corpo. O trio levou jóias, dinheiro, celular, cartão bancário, a imagem de uma santa, aparelhos de surdez e maquiagem.

A cantora só foi enterrada em março de 2017, após a confirmação por meio de teste de DNA de que o corpo era mesmo de Loalwa. Ela foi levada da funerária em Bacaxá, distrito de Saquarema, para Serra, no Espírito Santo. Na época, a família reclamou da burocracia para a liberação do corpo.

A demora para a retirada do material genético do corpo de Loalwa, para a realização do DNA, ocorreu pela falta de nitrogênio líquido, reagente usado no exame. A família já havia reclamado da falta do reagente e da dificuldade em liberar o corpo.

"Agora o IML produz uma certidão e, com a certidão, o atestado é feito em cartório. Ela é necessária para o agente funerário fazer o traslado", disse Walter Braz, irmão da cantora. Loalwa foi enterrada ao lado da mãe.

Carreira
Loalwa nasceu no Rio de Janeiro e iniciou a carreira aos 13 anos. Cresceu em meio à música, tendo o pai chefe de uma orquestra popular e a mãe pianista clássica. A artista ficou conhecida como a voz da lambada, ritmo que se consagrou nos anos 80. Vocalista do grupo Kaoma, Loalwa alcançou o topo das paradas musicais com "Chorando se foi", que foi levada a 116 países ao longo de duas décadas.


Ela permaneceu no grupo de 1989 a 1999. Um dos discos mais famosos foi "Worldbeat" (1989), que, além de "Chorando se foi", trazia a faixa "Dançando lambada". A cantora teve mais de 25 milhões de discos vendidos e mais de 80 discos de ouro e de platina.

Sobre a personalidade da cantora, o filho, João Carlos Braz Machado, lembra que a mãe era muito passional. "Ela era muito alegre, mas quando ela se enfezava com alguma coisa, aí ela explodia mesmo", disse ele, em entrevista exclusiva ao Fantástico.

Enterro aconteceu em cemitério na Serra, no Espírito Santo (Foto: Carlos Alberto Silva/A Gazeta)
Enterro aconteceu em cemitério na Serra, no Espírito Santo (Foto: Carlos Alberto Silva/A Gazeta)

Fonte: G1

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