Terminou sem acordo na noite desta quinta-feira (4) a primeira reunião entre o governo do Rio Grande do Norte e associações que representam policias militares e bombeiros, em greve desde o dia 19 de dezembro. O movimento foi considerado ilegal pela Justiça, que determinou prisão de policiais que incentivem a paralisação.
Entre os pontos exigidos, os servidores querem o pagamento dos salários de novembro e dezembro e o 13º de 2017 e que o governo não reconheça o movimento como greve, de modo que não haja procedimentos disciplinares contra os militares.
O governador do estado, Robinson Faria (PSD), não participou da reunião, mas a Cúpula da Secretaria de Segurança Pública deu um novo prazo para o pagamento do salário atrasado de dezembro. A data definida é 12 de janeiro, mesmo dia em que está prevista a saída das Forças Armadas do Rio Grande do Norte.
"Essa situação hoje é muito diferenciada. Nós já tivemos outras situações que eram reivindicação de aumento salarial e estávamos com salários em dia. É público e notório a questão pela qual vem passando o estado ao longo do tempo. Essa é a realidade. Trabalhar sem o salário é justo até onde? É isso que se está analisando. É uma situação tensa", declarou o comandante da Polícia Militar do RN, coronel Osmar José Maciel de Olveira, após a reunião.
"Muitos estão perguntando acerca de punições disciplinares. Enfim, nós estamos com uma situação tensa. Quem é militar, quem comanda uma tropa, sabe disso. São situações muito delicadas. Estou uma tropa que está sensível, que está debilitada emocionalmente. E minha tropa trabalha armada. A gente tem que ver os passos que nós damos para que possa tomar as atitudes corretas. É a aplicação fria da lei que vai resolver?", acrescentou.
A proposta ainda será analisada pelas associações e sindicatos, que voltam a se reunir com o governo do estado no dia 10 de janeiro.
Reivindicações
Mais cedo, os grevistas entregaram um documento com 18 reivindicações ao comando da Polícia Militar e ao governo do estado.
As reivindicações, que incluem a normalização dos salários e o fornecimento de equipamentos para atividades policiais, são as mesmas desde o início da paralisação, mas só foram oficializadas agora, com a entrega do documento.
Sem policiamento, o estado enfrentou aumento da violência ao longo de duas semanas. Foram registradas 101 mortes no período. No último final de semana, o governo federal enviou 2,8 mil homens e mulheres das Forças Armadas para atuarem na segurança da região metropolitana de Natal e de Mossoró, segunda maior cidade do RN.
No dia 31 de dezembro, o desembargador Cláudio Santos determinou que os comandantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e o delegado-geral da Polícia Civil prendam os policiais responsáveis por incitar, defender ou provocar a paralisação. Até quarta-feira (3), ninguém havia sido preso, apesar da continuidade da greve.
Na quarta, a Polícia Militar e a Polícia Civil decidiram que permanecem em greve, mesmo diante do anúncio da conclusão do pagamento dos salários do mês de novembro feito pelo governo do estado, no próximo sábado (6).
Fonte: G1
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