O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Fernando Segovia, disse em entrevista à rádio CBN nesta quinta-feira (11) que governos e policiais negaram a existência das organizações criminosas.
"A PF está preocupada e acompanhando as facções criminosas no país. É um problema de segurança pública. Os governos fecharam os olhos pra isso, passaram por uma fase de negação. No início dessas organizações, os governos e policiais negaram, e depois não houve mais como esconder", disse o comandante da PF.
Fernando Segovia disse que o país está estruturado para combater organizações criminosas, mas que falta integração e coordenação das autoridades.
"Estruturado estamos. Já temos confrontado com as maiores organizações criminosas, combate ao narcotráfico, tráfico de drogas, armas, desvios de recursos públicos; temos expertise nesse trabalho. Falta coordenação e um trabalho conjunto com as polícias estaduais e as forças também dos agentes penitenciários", afirmou.
O diretor-geral da PF também foi questionado sobre a reforma da Previdência e disse que está no papel de representante da coorporação defender um tratamento diferenciado a categoria nas negociações com o governo e a Câmara dos Deputados.
No final de novembro, Segovia se reuniu com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, para defender que os policiais se aposentem com o mesmo salário da ativa.
"As pessoas acham que é um privilégio, mas quando há confronto, sei do risco já corri o risco, e não tem a percepção d tomar um tiro e a atividade expões o risco de vida. sei que algumas regras estão sendo flexibilidades por isso a conversa", justificou.
Na entrevista à rádio, Segovia voltou a falar que a PF pretende concluir ainda neste ano as mais de 200 investigações que envolvem políticos em curso no Supremo Tribunal Federal. Ele disse que a PF tem estrutura para cumprir a meta em oito meses.
"Serão 17 equipes de investigação. Temos 30 peritos deslocados para auxiliar na questão pericial. Há vários laudos pendentes em investigações. Foi feito um estudo de tempo médio: tendo equipe completa e totalmente dedicada – cada uma terá 15 investigações – e, com isso, tempo médio de oito meses para concluir essas investigações. Nesse planejamento de oito meses esperamos finalizar mais de 200 investigações que estão no STF", afirmou Segovia.
Fonte: G1
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