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terça-feira, janeiro 16, 2018

Matriz elétrica brasileira entre as mais limpas do mundo

Com a elevada participação de fontes renováveis na matriz elétrica, o Brasil responde por apenas 13% da média mundial de emissões de gases de efeito estufa provenientes da geração de energia. A energia hidráulica tem a maior participação na geração de eletricidade, de quase 70%, seguida das termelétricas (15%) e da biomassa (8,3%). No Plano Decenal de Energia 2015-2024, a previsão é que se mantenha a liderança das fontes renováveis na matriz elétrica, mas com uma redução da participação da hidráulica, para 56,7% em 2024, e crescimento de outras fontes renováveis, principalmente a eólica.

Essas são as principais contribuições do setor elétrico para a agenda de desenvolvimento sustentável, segundo o estudo A evolução do setor elétrico brasileiro rumo à sustentabilidade, que integra a série de 14 publicações setoriais do projeto CNI Sustentabilidade.

Responsável por 2,2% da produção mundial de energia eólica, o Brasil é o nono país que mais gera energia elétrica com essa fonte, segundo o relatório da Global Wind Statistics (GWEC). Essa deve ser a fonte de energia renovável alternativa que mais se expandirá, saltando de uma participação de 3,7% na matriz elétrica brasileira, em 2014, para 11,6%, em 2024. A fonte solar deverá ter participação de 3,3% na matriz de eletricidade em 2024.

O Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfra) foi essencial para o desenvolvimento da energia eólica no Brasil. Além de financiamento de 80% dos projetos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), estabeleceu-se ainda exigência de um mínimo de 60% de conteúdo nacional nos projetos contratados pelo programa, o que permitiu o surgimento de uma cadeia de fornecimento de equipamentos e serviços que contribuem para a redução dos preços da energia eólica nos últimos anos.

“Cada tipo de fonte de energia tem sua aplicação e lugar na matriz energética. A escolha deve considerar as especificidades locais e o custo de oportunidade socioeconômica e ambiental, e uma decisão de governo ouvida a sociedade quanto ao modelo energético que se deseja”, afirma o presidente do Fórum de Meio Ambiente do Setor Elétrico (Fmase), Ênio Fonseca.

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA – No estudo, também é destacada a importância da eficiência do consumo da energia para atendimento à demanda futura de energia pela sociedade brasileira. De acordo com Plano Nacional de Energia, a contribuição de ações de eficiência energética deve ser de 20% até 2050, o que equivale a 120 milhões de toneladas equivalente de petróleo.

Um dos setores que vem dando exemplo em iniciativas de eficiência energética é o de alumínio, sempre buscando a redução do consumo de energia, principalmente, na produção do metal primário, que é a etapa eletrointensiva da cadeia. A grande vantagem da cadeia do alumínio está na etapa de reciclagem. No estudo A sustentabilidade da indústria brasileira de alumínio, que integra a série do projeto CNI Sustentabilidade, destaca-se que a reciclagem do alumínio gera um “banco de energia” para as futuras gerações, uma vez que se estima que mais de 75% do alumínio até hoje produzido no mundo ainda esteja em uso, reciclado inúmeras vezes.

Com esse alto nível de reciclagem do alumínio, tanto nos usos industriais como nos usos domésticos, principalmente em embalagens de alimentos e bebidas, o Brasil desenvolveu uma estrutura de logística reversa bastante eficiente. Para isso, foi necessário o trabalho conjunto da indústria de reciclagem e as cooperativas responsáveis pela coleta do material. “O resultado é que 40% da demanda brasileira por alumínio são supridos por material reciclado, percentual significativamente maior do que a média mundial”, explica  Milton Rego, presidente-executivo da Associação Brasileira do Alumínio (Abal).

As latas de alumínio para bebidas, cujo consumo médio anual por brasileiro é de 117 latas, é o principal produto reciclado no país, respondendo por quase 50% do volume de sucata de alumínio recuperada anualmente. O índice nacional de reciclagem de latas para bebidas atingiu 97,9%, em 2015.

Ao considerar a relação entre a sucata recuperada e o consumo doméstico de produtos de alumínio, o Brasil está  acima da média dos principais países consumidores do metal, com 46% de reciclagem ante 27% nos outros países. “A soma desses dois fatores – alto índice de reciclagem e produção de metal primário a partir da hidroeletricidade – faz com que os produtos de alumínio fabricados no país, com metal brasileiro, tenham uma pegada de carbono menor, destaca o estudo.

Fonte: Portal da Indústria

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