O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou nesta terça-feira (23) que o Palácio do Planalto quer votar a reforma da Previdência em fevereiro "de qualquer jeito".
Marun convocou uma entrevista coletiva nesta terça no Palácio do Planalto para falar sobre o assunto.
Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou nesta segunda (22) a investidores em Londres (Inglaterra) que a votação pode ficar para novembro.
"[A reforma] será votada em fevereiro de qualquer jeito, mas colheremos uma grande vitória", disse Carlos Marun nesta terça.
Pelo calendário anunciado no ano passado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a discussão sobre a reforma da Previdência começará no plenário no próximo dia 5 de fevereiro e a votação, duas semanas depois, no dia 19.
O governo enviou ao Congresso a proposta de reforma da Previdência em dezembro de 2016. O texto chegou a ser aprovado pela comissão especial da Câmara em maio, mas, desde então, não avançou, principalmente porque não há consenso entre os partidos sobre o texto.
Em dezembro, o governo chegou a estipular um calendário para a votação no plenário, mas, sem a garantia de vitória, decidiu adiar a votação para este ano.
A reforma é defendida pelo presidente Michel Temer como uma forma de equilibrar as contas públicas e cortar privilégios.
Votos
A proposta apresentada ao Congresso é uma emenda à Constituição (PEC) e, por isso, precisa ser aprovada em duas votações na Câmara e em mais duas no Senado.
No caso da Câmara, são necessários os votos de pelo menos 308 dos 513 deputados. O Senado só analisará a reforma depois que o projeto passar pela Câmara.
Diante da dificuldade do governo de conseguir votos necessários para aprovar o projeto, aliados de Temer passaram a cogitar, nos bastidores, a possibilidade de a votação ser adiada para novembro, após as eleições. Marun, contudo, refutou a tese.
"Queremos reafirmar de forma peremptória a decisão e a disposição do governo em votar a reforma da Previdência ainda no mês de fevereiro, e nos dias estabelecidos na agenda proposta pelo presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia", disse o ministro.
"É mais fácil o sargento Garcia prender o Zorro do que aprovarmos a reforma da Previdência ou colocarmos em votação a reforma da Previdência em novembro. Ou seja, é impossível."
Meirelles
Durante a entrevista no Palácio do Planalto, Marun disse que a avaliação de Meirelles sobre a votação ficar para novembro não "condiz com o pensamento do governo" (veja no vídeo acima).
Responsável pela articulação política do Planalto, Marun enfatizou que Meirelles não participou das últimas conversas sobre a reforma, já que viajou para Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial.
"Talvez, por isso, [Meirelles] tenha, em algum momento, colocado como a sua opinião [deixar a votação para novembro], seu pensamento, mas na verdade, neste caso, esse pensamento não condiz com o pensamento do governo", afirmou.
Fonte: G1
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