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quinta-feira, janeiro 04, 2018

Índices de violência caem em Natal, diz general do Exército

Os índices de criminalidade na Grande Natal diminuíram após a chegada do Exército Brasileiro para suprir a ausência de policiais militares nas ruas do Rio Grande do Norte. A afirmação é do general Ridauto Fernandes. Em entrevista na manhã desta quinta (4) ao Bom Dia RN, o comandante-geral da operação Potiguar disse que o número de roubos caiu 41% e de homicídios 37%, comparando um período de quatro dias antes e quatro dias após a chegada das Forças Armadas ao estado.

No dia 30 dezembro, o governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, transferiu o controle operacional dos órgãos de segurança pública do estado para o Exército.

Homens do exército em frente a porta do maior shopping de Natal; consumidores relataram tentativa de assalto no fim da noite (Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi)
Homens do exército em frente a porta do maior shopping de Natal; consumidores relataram tentativa de assalto no fim da noite (Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi)

Ainda de acordo com o general, as tropas devem ficar em território potiguar até o dia 12 de janeiro, mas a permanência pode ser prorrogada pelo presidente Temer. Ao todo, 2.800 militares das Forças Armadas começaram a atuar no Rio Grande do Norte na noite de 29 de dezembro.

Crise na segurança
O estado enfrenta uma greve de policiais militares desde o dia 19 de dezembro e de policiais civis desde 20 de dezembro. Na tarde desta quarta (3), PMs se reuniram e decidiram manter a greve. Policiais civis se reuniram com a secretária de Segurança, Sheila Freitas, e também decidiram manter a paralisação.

No dia 31 de dezembro, o desembargador Cláudio Santos determinou que os comandantes da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e o delegado-geral da Polícia Civil prendam os policiais responsáveis por incitar, defender ou provocar a paralisação. Até esta quarta-feira (3) ninguém havia sido preso, apesar da continuidade da greve.

Nem a delegada-geral, Adriana Shirley, nem o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Osmar Azevedo, nem a secretária de Segurança Pública, Sheila Freitas, quiseram comentar o descumprimento da decisão judicial que ordenou a prisão dos grevistas.

Uma decisão do TJRN, do dia 24 de dezembro, já havia considerado a paralisação ilegal. Em abril de 2017, o Supremo Tribunal Federal decidiu que greve de polícia e de agente penitenciário é sempre ilegal.

Na manhã da quarta (3), 27 viaturas da Polícia Militar aguardavam conserto em uma oficina de Natal. Apenas dois mecânicos trabalhavam nos reparos dos carros. "A partir do movimento 'Segurança com segurança' as viaturas começaram a ser consertadas e algumas já estão circulando", disse Roberto Campos, presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM.

Após a decisão de mandar prender quem defendesse a greve, alguns policiais militares começaram a voltar ao trabalho. Porém, de acordo com as associações representativas da categoria, nesta quarta (3), 80% dos PMs que atuam na Grande Natal permanecem sem trabalhar. Na região Oeste do estado, 70% do efetivo está parado.

Além da condição precária dos veículos, os PMs alegam que trabalham com coletes à prova de balas vencidos, sem munição e até farda compram com o próprio dinheiro.

Policial Severino Bezerra, de 52 anos, se algemou na Delegacia Geral de Polícia Civil (Foto: Sinpol/Divulgação)
Policial Severino Bezerra, de 52 anos, se algemou na Delegacia Geral de Polícia Civil (Foto: Sinpol/Divulgação)

Também nesta quarta, policiais civis se apresentaram na Delegacia Geral de Polícia (Degepol), com algemas em punho, para serem presos, mas nenhum deles foi efetivamente detido.

Ao longo dos primeiros 15 dias de greve, foram registradas 101 mortes violentas no Rio Grande do Norte. A média é de 6,7 pessoas mortas por dia. É praticamente a mesma média do ano todo de 2017, que teve 2.405 assassinatos.

Ajuda financeira
O governo não conseguiu cumprir um calendário que havia divulgado no dia 21 de dezembro de pagamento dos salários. O próprio governador Robinson Faria chegou anunciar que o Estado receberia uma ajuda financeira de R$ 600 milhões do governo federal para pagamento da folha. Mas o Ministério da Fazenda negou o repasse após recomendação do Ministério Público de Contas.

No dia 26 de dezembro, a secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou que está em estudo no Ministério da Fazenda e no Banco Mundial um plano para ajudar o Rio Grande do Norte. Até o momento nenhum acordo foi divulgado.

No dia 30 de dezembro a Justiça Estadual autorizou o uso de uma verba de R$ 225,7 milhões da Saúde para pagamento de servidores estaduais, mas a Advocacia Geral da União entrou com uma ação para impedir o remanejamento dos recursos e a Justiça Federal acatou.

Policiais militares reunidos no 9º Batalhão da PM do Rio Grande do Norte. (Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi)
Policiais militares reunidos no 9º Batalhão da PM do Rio Grande do Norte. (Foto: Kleber Teixeira/Inter TV Cabugi)

Fonte: G1

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