No fim do século 19, as condições de saneamento nos principais centros urbanos do País eram insalubres. Mesmo na antiga capital, o Rio, o problema era grave e motivo direto das recorrentes epidemias de febre amarela. A situação era tão séria que muitos navios estrangeiros simplesmente evitavam aportar por aqui. O Brasil recebeu a alcunha de "túmulo dos estrangeiros".
Rodrigues Alves assumiu a Presidência da República em 1902 disposto a mudar radicalmente aquela situação. Já no ano seguinte, Oswaldo Cruz foi chamado para assumir a diretoria-geral de Saúde Pública, um cargo similar ao de atual ministro da Saúde. Sua missão era acabar de vez com a febre amarela. O médico logo criou o Serviço de Profilaxia, que colocou nas ruas as chamadas brigadas de mata-mosquitos - agentes sanitários que tinham por objetivo eliminar os focos do vetor da época, o Aedes aegypti. O modelo de ação era autoritário: agentes entravam à força nas casas para destruir os locais de desova do mosquito.
Mas surtiu efeito: em 1907 a epidemia foi considerada erradicada Desde o fim dos anos 1920, praticamente não houve nenhum surto epidêmico nas cidades. E desde 1937 a vacina está disponível. O último registro oficial de transmissão do vírus em uma cidade brasileira é de 1942. "A população era muito menor do que hoje, e a política sanitarista era totalmente truculenta, inaceitável atualmente", pondera a historiadora da Ciência Danielle Sanches, da Fundação Getulio Vargas (FGV). "Mas a gente perdeu um pouco o bonde dessa busca pelo saneamento."
Fonte: O Tempo
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