No mundo inteiro, milhões de pessoas começaram esta segunda-feira enfrentando as consequências dos abusos da noite de Natal. Seja por comida, seja por bebida. Mas, a esse grupo gigantesco de pessoas, juntaram-se outros milhões que padecem de outro mal. Os que acordaram com os dedos doloridos de tanto digitar mensagens de boas festas no celular.
A sensação que dá é que vai chegar o Ano Novo e a gente ainda não deu conta de responder as mensagens de Natal.
Até era dia de pedalar para queimar um pouco das calorias da ceia, mas como resistir à tentação de ler o que escreveram os parentes que moram lá na Bahia?
Foi-se o tempo em que os votos de um “feliz Natal” chegavam pelos correios. Cartões lindos, coloridos, viraram história, moram muito mais no passado do que no presente. Assim como o álbum de fotos, o despertador, a calculadora, a máquina fotográfica, o bloco de notas, o telefone fixo. Até o computador está indo pelo mesmo caminho. É que tudo isso cabe dentro de um smartphone, que a gente carrega para qualquer lugar.
Uma prova de que o celular não sai da mão da gente. Aliás, fica muito mais na mão do que na orelha, é o consumo de dados, a internet móvel. Números exclusivos da Anatel mostram que triplicou a média de megabytes utilizados por mês na comparação do terceiro trimestre desse ano com o mesmo período de cinco anos atrás. Enquanto isso, a média de minutos usados para as ligações caiu quase 15%.
Um especialista em tecnologia diz que não adianta ter saudade do que já passou. A gente está caminhando em direção a uma comunicação cada vez mais digital porque a internet não para de evoluir. Temos o 3G, o 4G e, daqui a pouco o 5G.
“A gente tem aí a tecnologia mudando, né. A gente está às portas de uma especificação 5G, que deve ganhar o Brasil aí no ano que vem, mais tardar no outro ano. E ainda há um grande potencial para que os números fiquem ainda maiores. Se houver uma redução de preços aí considerável, eu tenho certeza que esses números de dados vão ficar ainda maiores”, afirma Henrique Poyatos, professor da FIAP.
Quer dizer: talvez já no próximo Natal a Dona Maria Luiza, de 75 anos e coração dividido entre dois filhos que moram em cidades diferentes, poderá conversar com mais qualidade com aquele que vê pela telinha do celular. Mas por enquanto, já é bem melhor do que aquele aparelho que só servia para falar e escutar.
Fonte: G1
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