sexta-feira, dezembro 22, 2017

Congresso peruano rejeita impeachment do presidente Pedro Pablo Kuczynski

O presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski apresenta sua defesa na sessão do Congresso na qual foi votado seu processo de impeachment, em Lima, na quinta-feira (21) (Foto: Reuters/Mariana Bazzo)
Após quase 14 horas de sessão, o Congresso peruano não conseguiu votos suficientes para o impeachment do presidente Pedro Pablo Kuczynski por “incapacidade imoral”. O processo foi aberto dias depois de a empreiteira brasileira Odebrecht revelar o pagamento de propinas milionárias a empresas ligadas a ele.

Para o impeachment de Kuczynski, conhecido como PPK, eram necessários 87 votos dos parlamentares. No entanto, o plenário contabilizou 78 votos a favor da saída do presidente peruano, 19 contra e 21 abstenções.

Kuczynski, conhecido como PPK, sempre negou as acusações e disse que o processo foi baseado em uma mentira. Nesta quinta, antes da votação, ele apresentou sua defesa perante o Congresso e abriu seu discurso afirmando: “venho demonstrar minha inocência porque a isso sou obrigado. Pois, ao que parece, não tenho presunção de inocência”.

"Não sou corrupto, não menti, jamais favoreci nenhuma empresa ou pessoa durante a minha gestão como ministro de Energia e Minas, de Economia ou como primeiro-ministro, também não o fiz desde que me tornei presidente", disse Kucynski.

Governistas comemoram permanência do presidente peruano no cargo após mais de 14 horas de sessão para votar tentativa de impeachment (Foto: AP Photo/Martin Mejia)
Governistas comemoram permanência do presidente peruano no cargo após mais de 14 horas de sessão para votar tentativa de impeachment (Foto: AP Photo/Martin Mejia)

Logo após o término da votação que garantiu sua permanência no poder, o presidente peruano pediu reconciliação. A declaração foi feita por Kczynski no Twitter. "Peruanos, amanhã começa um novo capítulo em nossa história: reconciliação e reconstrução de nosso país. Uma única força, um único Peru", escreveu.

Defesa
Segundo a agência EFE, ele explicou que é proprietário da empresa Westfield Capital, dedicada à assessoria financeira, desde 1992 e que, quando foi ministro do governo de Alejandro Toledo (2001-2006), a companhia foi administrada por seu ex-sócio Gerardo Sepúlveda.

Kuczynski explicou que foi Sepúlveda quem assinou e geriu um contrato de assessoria financeira da Odebrecht e que ele nunca soube do mesmo porque levantou uma "muralha chinesa" para distanciar-se da atividade privada de sua companhia.

"Existem provas que demonstram que Gerardo Sepúlveda era o gerente da companhia, que assinava os contratos e desenvolvia os serviços, assim reconhece a Odebrecht", indicou Kuczynski.

O governante acrescentou que "a norma proíbe que (um funcionário público) gerencie interesses próprios ou de terceiros, mas os dividendos que um empresário recebe por parte de uma empresa são pela propriedade da mesma, não por sua gestão".

Congressistas ouvem o presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski apresentando sua defesa na sessão na qual foi votado seu processo de impeachment, em Lima, na quinta-feira (21) (Foto: Reuters/Mariana Bazzo)
Congressistas ouvem o presidente peruano Pedro Pablo Kuczynski apresentando sua defesa na sessão na qual foi votado seu processo de impeachment, em Lima, na quinta-feira (21) (Foto: Reuters/Mariana Bazzo)

Sessão
A sessão que votou a tentativa de impeachment do presidente peruano teve início às 9h30 (12h30 em Brasília), com a apresentação da defesa pelo próprio acusado, seguido por uma argumentação de seu advogado. Na sequência, os parlamentares passaram o dia todo em debate e a votação só começou depois de 14 horas.

Odebrecht
A Odebrecht admitiu ter pago US$ 29 milhões em propinas para obter obras no Peru entre 2004 e 2015, período que abarcou os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), do qual Kuczynski foi ministro; Alan García (2006-2011); e Ollanta Humala (2011-2016).

Humala permanece em prisão preventiva, acusado de receber US$ 3 milhões para sua campanha eleitoral de 2011, enquanto que contra Toledo pesa uma ordem de extradição dos Estados Unidos, por supostamente receber US$ 20 milhões em propinas para conceder à Odebrecht a construção de uma rodovia.

Fonte: G1

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