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terça-feira, novembro 14, 2017

Ministros espanhóis acusam a Rússia de interferir em referendo de independência da Catalunha

O chanceler espanhol Alfonso Dastis diz ter provas de que a Rússia interferiu no referendo independentista da Catalunha (Foto: AP Foto/Paul White, Archivo)
Os titulares da Defesa e das Relações Exteriores da Espanha disseram nesta segunda-feira (13) acreditar que grupos sediados na Rússia usaram redes sociais para defender enfaticamente o referendo de independência realizado pela Catalunha no mês passado na tentativa de desestabilizar a Espanha.
A ministra da Defesa espanhola, Maria Dolores de Cospedal, e o chanceler espanhol, Alfonso Dastis, disseram ter indícios de que grupos russos dos setores estatal e privado, além de grupos da Venezuela, usaram Twitter, Facebook e outros sites da internet para divulgar maciçamente a causa separatista e influenciar a opinião pública por trás desta na véspera da votação de 1º de outubro.
Os líderes separatistas catalães negaram que uma interferência da Rússia os tenha ajudado na eleição.

Maria Dolores de Cospedal, ministra da Defesa espanhola (Foto: REUTERS/Eric Vidal)
Maria Dolores de Cospedal, ministra da Defesa espanhola (Foto: REUTERS/Eric Vidal)

"O que sabemos hoje é que muito disto veio do território russo", disse Cospedal sobre o apoio vindo da Rússia através da Internet. "Estes são grupos que, pública e privada(mente), estão tentando influenciar a situação e criar instabilidade na Europa", disse ela a repórteres após uma reunião de chanceleres e ministros da Defesa da União Europeia em Bruxelas.
Indagado se Madri está certa das acusações, o chanceler Dastis, também presente ao encontro, respondeu: "Sim, temos provas".
Dastis disse que a Espanha detectou contas falsas em redes sociais, metade das quais foram rastreadas na Rússia e outras 30% na Venezuela, criadas para amplificar os benefícios da causa separatista republicando mensagens e postagens.
O chanceler afirmou ter abordado o assunto com o Kremlin. Moscou negou várias vezes qualquer interferência do tipo e acusa o Ocidente de uma campanha para desacreditar a Rússia.

Multidão marcha em Barcelona pela independência da Catalunha (Foto: AFP)
Multidão marcha em Barcelona pela independência da Catalunha (Foto: AFP)

Já Ramon Tremosa, parlamentar do PDeCat, partido do líder separatista catalão, Carles Puigdemont, na UE, repetiu nesta segunda que a interferência russa não teve nenhum papel no referendo.
"Aqueles que dizem que a Rússia está ajudando a Catalunha são aqueles que ajudaram a frota russa nos últimos anos, apesar do boicote da UE", tuitou Tremosa em referência a reportagens da mídia espanhola segundo as quais a Espanha está permitindo que navios de guerra russos reabasteçam em seus portos.
Aqueles que votaram no referendo optaram na sua maioria pela independência, mas o comparecimento foi só de cerca de 43%.

Fonte: G1

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