O primeiro teste da Seleção contra uma equipe europeia não veio com um resultado positivo, mas Tite saiu satisfeito. Após o empate por 0 a 0 com a Inglaterra nesta terça-feira, em Londres, o treinador do Brasil disse que viu a equipe brasileira superior diante dos ingleses no amistoso. Mesmo que, apenas pela terceira vez em 17 jogos sob seu comando, não tenha conseguido balançar as redes.
– A respeito do jogo, duas escolas e propostas diferentes. Uma de pressão alta, tentando buscar o jogo articulado, e outra da compactação e bola de velocidade. Vem me ataca, e vou fazer o contra (ataque), se tu errar, vou fazer o gol. Foi o desenho do jogo nessas compactações. Nisso e nessas características as oportunidades são diminuídas, e as grandes, mesmo em situação menor, foram nossas. Não me lembro, foram muito poucas oportunidades de perigo da Inglaterra - disse.
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Melhor em campo em Wembley
Se uma equipe que tivesse que vencer o jogo seria o Brasil, porque tivemos melhores oportunidades. O número de oportunidades foi pequeno, mas foi a característica do jogo. Precisamos de concentração, quando você começa a se expor acaba dando oportunidade para tudo o que a Inglaterra quer no contra-ataque. Tem esse aspecto mental. Eu crio, mas o adversário terá de sofre muito para criar. No movimento tático jogamos contra uma linha de cinco, mas no segundo tempo de correção nossos espaços de infiltração foram maiores. Exemplo, a bola do Paulinho que o Hart fez a defesa. Esse jogo também nos mostrou aspectos importantes de aprendizado.
Tite entrega a bola para Maguire, da Inglaterra, em amistoso (Foto: Reuters)
Amistosos contra Japão e Inglaterra
Se você ver as características dos dois jogos, são duas escolas diferentes. Inglaterra é equipe de presença física. O Japão é mais móvel, mais rápido. A Inglaterra trouxe uma marcação de pressão média e baixa, apostando no nosso erro. Mentalmente é muito forte, tem a capacidade de marcar e tirar os espaços dos adversários. O latino é um pouco inquieto, quer fazer as coisas logo. Mas é trabalhar a bola pelo lado, esperar o espaço. Duas escolas diferentes, duas situações diferentes.
Grau de dificuldade nos amistosos
Grau de dificuldade alto, escolas diferentes, propostas diferentes. Temos que trabalhar em cima dessas circunstâncias. Não acredito que no Mundial a Inglaterra vai jogar assim, (hoje) uma equipe procurando agredir, a outra querendo aproveitar o contra-ataque. Por isso que falei, menos oportunidades e mais efetividade. Tem que ser mais contundente.
Desempenho do Brasil
Uma equipe com solidez, criatividade e efetividade. Exceção hoje, porque em termos ofensivos não criamos muito. Aí é mérito para a Inglaterra, que conseguiu em termos defensivos segurar. Se eles dificultam para produzirmos, também sofrem para conseguir oportunidades.
Aprendizado contra a Inglaterra
Primeiro um aprendizado tático, como montar (a Seleção) contra uma linha de cinco atrás. Para que os espaços de infiltração aconteçam. Vamos encontrar situações importantes dentro da própria equipe. Se eu tivesse Coutinho em situação normal técnica e física, poderia ter colocado ele por dentro. E com isso acaba criando situações importantes. Quem vê um 5-3-2 como fez a Inglaterra, a equipe tem que finalizar mais de média distância. Porque na linha de cinco um tem que sair para pressionar. E quando ele sair, vai te dar espaço.
Lista para a Copa e Paulinho contra a Inglaterra
A lista, digamos assim nestas anotações, vai agregando tudo o que aconteceu. Nos treinamentos, no dia a dia e nos clubes. A percepção esteve muito mais ligada com a solidez da defesa da Inglaterra. Em relação ao Paulinho, ele não é surpresa, é rotina (aparecer no ataque). Ele entra em todas, essa é sua função na Seleção. Se quiser um jogador para ficar atrás da linha da bola, não é o Paulinho. Vai tirar sua principal característica.
Fonte: Globo Esporte
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