Uma brasileira de 36 anos foi morta pela polícia em Lisboa, em Portugal, na madrugada de quarta-feira (15). Segundo o jornal local "Diário de Notícias", ela foi baleada depois que o carro em que estava desobedeceu um sinal de parada da polícia e foi confundido com o de assaltantes.
As principais informações sobre o caso até agora são:
Por volta das 3h desta quarta, um grupo roubou um caixa eletrônico no Pragal, em Almada, e a polícia fez um cerco para tentar pegar os ladrões. Segundo a polícia portuguesa, houve perseguição e troca de tiros.
Cerca de meia hora depois, um carro com características semelhantes ao dos ladrões furou uma barreira policial, desobedecendo uma ordem de parar e, segundo a polícia, tentou atropelar os agentes – que reagiram atirando.
No veículo iam Ivanice Carvalho da Costa, de 36 anos, que estava a caminho do trabalho, e o companheiro dela, que também é brasileiro e não teve o nome divulgado. Ele estava sem habilitação e sem seguro do carro, que é obrigatório no país.
O veículo foi interceptado mais adiante, após desobedecer mais um ordem de parada. Ivanice foi baleada no pescoço. Segundo a polícia, ela chegou a ser socorrida, mas morreu no local.
O companheiro de Ivanice foi preso por dirigir sem carteira de habilitação, por desobediência ao sinal de parada e por condução perigosa.
Roubo e perseguição
Após o furto de um caixa eletrônico no Pragal, os policiais da cidade estavam em busca de um veículo Seat Leon preto usado pelos ladrões.
De acordo com informações do Comando Metropolitano de Lisboa, os suspeitos chegaram a disparar tiros contra os policiais durante a fuga, que ocorreu por volta das 3h05 da madrugada.
As buscas mobilizaram, então, várias equipes. Barreiras foram colocadas em alguns pontos da cidade para reduzir as possíveis rotas de fuga dos suspeitos.
Ivanice Carvalho da Costa foi morta por engano por disparos policiais em Lisboa (Foto: Arquivo Pessoal)
Por volta das 3h35, a polícia deu ordem de parada para o motorista do Renault Megane preto em que estava Ivanice, que seguia para a loja de departamento onde ela trabalhava no aeroporto de Lisboa.
Em um comunicado, a polícia afirmou que o carro "aparentava corresponder às características do veículo suspeito". O condutor era o companheiro de Ivanice, que dirigia sem habilitação e sem seguro obrigatório do carro.
Segundo o Comando Metropolitano de Lisboa, o motorista jogou o carro na direção dos policiais, que reagiram atirando. Segundo o "Diário de Notícias", o veículo foi atingido por cerca de 20 disparos.
O carro teria ainda ultrapassado uma segunda barreira policial, e foi parado pouco tempo depois. O companheiro de Ivanice foi preso. Nenhum dos assaltantes do caixa eletrônico foi detido no cerco.
1ª morte por policiais de 2017
Essa foi a 1ª morte de um civil em uma perseguição policial neste ano em Portugal, de acordo com o jornal "Diário de Notícias".
A Embaixada do Brasil em Portugal disse "lamentar profundamente" o ocorrido. Em nota enviada ao G1, disse ter tomado conhecimento do incidente nesta quinta-feira, e que a família da vítima já entrou em contato com o "Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, que prestará o apoio cabível".
"A Embaixada acompanha atentamente o caso e aguarda novas informações a respeito do inquérito com vistas a determinar o curso de ação a ser tomado", diz a nota da embaixada.
De acordo com nota do Itamaraty enviada ao G1, a família de Ivanice foi recebida nesta manhã no Consulado do Brasil em Lisboa, e informou que já conta com conta com advogado constituído.
Maria Luzia Silva Carvalho da Costa, mãe de Ivanice, afirmou ao G1 que não tem dinheiro para trazer o corpo para o Brasil. Ela mora em Amaporã, no Paraná.
Maria Luzia Silva Carvalho da Costa, mãe de Ivanice Carvalho da Costa, morta durante perseguição policial em Lisboa (Foto: Reprodução/G1)
Leia a nota da Embaixada na íntegra:
“Tomou-se conhecimento, hoje, 16 de novembro, de que a pessoa morta em ação policial durante a madrugada de ontem, em Lisboa, era nacional brasileira. A Embaixada lamenta profundamente o ocorrido. A família da vítima já entrou em contato com o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa, que prestará o apoio cabível."
Fonte: G1
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