O bando que invadiu o Centro de Semiliberdade Mártir Francisca e matou pelo menos quatro jovens tinha o objetivo de matar um adolescente que fugiu do local no sábado (11). De acordo com o juiz Manoel Clístenes, da 5ª Vara da Criança e Adolescência, como os criminosos não encontraram o "alvo" deles, eles retiraram do local seis garotos de bairros onde há presença de facções rivais às deles.
Há confirmação de quatro vítimas mortas pelo grupo que invadiu o centro socioeducativo; outros dois corpos de meninos foram encontrados, e a perícia investiga se ele pertence às outras duas vítimas que foram retiradas do centro.
"Elas foram assassinadas de forma bárbara e provavelmente são as outras duas crianças", diz Manoel Clístenes. Segundo o juiz, as vítimas têm entre 13 e 17 anos e "não há comprovação de que elas tenham envolvimento com facções e traficantes".
As duas pessoas assassinadas tiveram os corpos mutilados com siglas de grupos criminosos, acrescenta o juiz.
Durante a confusão, cerca de 20 internos fugiram. Elas foram recapturadas e devolvidas às famílias.
Suspeitos identificados
Equipes da polícia em frente ao centro Mártir Francisca, de onde adolescentes foram retirados e assassinados em rua próxima (Foto: TV Diário/Reprodução)
Manoel Clístenes participou na tarde desta segunda-feira (13) de uma reunião de emergência para tratar sobre o caso com representantes da Justiça, Governo do Estado e Ministério Público. Na reunião, conforme Clístenes, foi revelado que os suspeitos da Chacina da Sapiranga foram identificados.
"Foi pedido uma ação forte do Governo do Estado. Os promotores do Ministério Público inclusive estavam indignados com o caso, pediram desculpas pela indignação e cobraram uma ação forte. Foi uma afronta ao Estado. É como se eles pensassem que podem fazer o que quiser."
Até a noite desta segunda-feira, ninguém foi preso. A polícia reforçou as buscas pelos suspeitos.
Centro temporariamente fechado
Ainda conforme Manoel Clístenes, por falta de segurança, o Centro de Semiliberdade Mártir Francisca ficará fechado por pelo menos uma semana.
Ele explica que os garotos recebem no local oportunidades de estudo e desenvolvimento de trabalhos artísticos e sociais. À noite, eles dormem no local; nos fins de semana e feriados, eles voltam para casa.
Fonte: G1
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