O comando para o tráfico de drogas e os homicídios praticados por uma quadrilha, na Região Metropolitana do Recife, partia de presídios em Pernambuco. De acordo com o delegado Wagner Domingues, as ordens eram dadas por sete líderes, por meio de ligações telefônicas. O grupo, que tinha atuação na Zona Oeste da capital e em dois municípios pernambucanos, foi desarticulado na sexta-feira (20), pela 'Operação Cacique'. As investigações apontam que a quadrilha é responsável por, pelo menos, 19 mortes.
“Houve um racha da quadrilha, mas eles continuaram comandando [as ações criminosas] de dentro do presidio, por meio de ligações telefônicas. As ordens eram para que seus soldados do lado de fora continuassem praticando os crimes”, pontuou o delegado.
Na sexta-feira (20), o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Joselito do Amaral, declarou que a quadrilha queimava os rivais ainda vivos. Nesta segunda, ao dar mais detalhes de como funcionava a organização criminosa, o delegado Wagner Domingues contou que a violência tinha início na forma como a vítima era golpeada pela primeira vez.
“Eles não estavam satisfeitos só de matar. Eles atingiam a vítima com arma branca, que por si só já é um requinte de crueldade, e depois ateavam fogo. Eles tinham que demonstrar, por meio dessas mortes com muita violência, que as outras pessoas não podiam denunciar. Era uma forma também de coagir”, completou.
A atuação do grupo teve início no bairro da Várzea, na Zona Oeste do Recife e logo se expandiu para municípios da Região Metropolitana como Camaragibe e Cabo de Santo Agostinho. Segundo as investigações, a quadrilha lavava o dinheiro obtido com o tráfico comprando bens.
“Antes de rachar, eles movimentavam R$ 80 mil por mês com o tráfico de drogas. Depois, começaram a praticar roubos e a alugar armas. Tudo isso era feito para se manter no poder no tráfico de drogas”, comentou o delegado ao dizer que a polícia investiga, agora, quem está envolvido com a parte financeira do grupo.
A ‘Operação Cacique’ cumpriu 16 mandados de prisão e quatro de busca e apreensão domiciliar. Desse total, sete mandados de prisão foram cumpridos. Os outros sete alvos eram os líderes e já estavam em unidades prisionais do estado. Dois homens estão foragidos.
Em nota, a Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres) informou que realiza revistas sempre que possível nas unidades prisionais para retirar e evitar a entrega de materiais proibidos. Entre eles, celulares.
Fonte: G1
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