O juíza plantonista Mônica Cézar Moreno Senhorello acatou recomendação do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO) e determinou, neste sábado (21), a internação provisória do aluno que atirou contra colegas no Colégio Goiyases, em Goiânia. O adolescente, de 14 anos, que está apreendido na Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), que matou dois estudantes e feriu outros quatro.
De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), o menor deverá se apresentar ao Juizado da Infância e Juventude na segunda-feira (23).
A recomendação foi feita pelo promotor de Justiça Cássio Sousa Lima, que ouviu o menino nesta tarde. Segundo ele, o intuito era proteger o adolescente, que é filho de militares.
"Eu tomei a medida de representar pela internação provisória dele por 45 dias até que termine o processo. Essa medida deve ser retocada de certos cuidados em virtude de ser filho de policiais militares para não colocar no meio de elementos perigosos que possam causar algumas represálias", disse o promotor à TV Anhanguera.
O promotor também acredita que o menor tenha planejado o crime e que efetuou os disparos porque era alvo de bullying no colégio . "Eu conversei com ele e ele falou que vinha sofrendo esse tipo de bullying e queria dar uma certa represália nos colegas dele", disse.
Lima destacou que o adolescente demonstrou arrependimento. A ele, o estudante contou como encontrou a arma, que pertence a sua mãe. "A arma estava bem escondida com chaves, gavetas trancadas, e ele vasculhou a casa até encontrar. Ele encontrou a chave e teve acesso a essa arma", afirmou.
Promotor esteve na delegacia para ouvir o adolescente (Foto: Honório Jacometo/TV Anhanguera)
O menor está uma cela separada, equipada com colchão, e que acomoda até quatro pessoas.
O crime aconteceu na manhã de sexta-feira (20), no Conjunto Riviera. Além das mortes de João Vitor Gomes e João Pedro Calembo, ambos de 13 anos, outros quatros alunos, da mesma sala, foram baleados e estão internados.
O que se sabe até agora:
Veja a sequência dos fatos:
Colegas relatam que ouviram um barulho
Em seguida, os alunos viram o adolescente tirando a arma da mochila e atirando
Alunos correram para fora da sala de aula
O aluno descarregou um cartucho, carregou o segundo e deu um tiro, mas foi convencido pela coordenadora a travar a arma
Estudante foi levado para a biblioteca até a chegada dos policiais
Bullying
O coronel da Polícia Militar Anésio Barbosa da Cruz informou que o autor dos disparos era alvo de chacotas de colegas. “Ele estaria sofrendo bullying, se revoltou contra isso, pegou a arma em casa e efetuou os disparos”, disse.
Um aluno de 15 anos, que estava na sala no momento do tiroteio, também contou que o adolescente era vítima de piadas maldosas.
"Ele sofria bullying, o pessoal chamava ele de fedorento, pois não usa desodorante. No intervalo da aula, ele sacou a arma da mochila e começou a atirar. Ele não escolheu alvo. Aí todo mundo saiu correndo", relatou o estudante.
Mãe de João Vitor Gomes chora ao enterrar o corpo do filho (Foto: Danila Bernardes/ TV Anhanguera)
Enterros
Os corpos de João Pedro e João Vitor, mortos no atentado, foram enterrados neste sábado (21), em cemitérios de Goiânia.
O primeiro a ser enterrado foi João Pedro. O sepultamento ocorreu às 10h45 no cemitério Parque Memorial. Durante a cerimônia, a família fez orações e, por volta 9h, celebrou um culto em homenagem ao adolescente. O pai do menino disse que perdoa o atirador.
Já o corpo de João Vitor foi enterrado no Cemitério Jardim das Palmeiras, por volta das 11h20. Segundo colegas da vítima, ele e o atirador eram amigos e andavam juntos com frequência.
Fonte: G1
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