Ex-titular da Justiça, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (24), em um seminário sobre segurança pública na Câmara dos Deputados, que o Brasil tem “medidas pífias” contra o crime organizado. Na visão do magistrado, a “hipocrisia” atrapalha o combate à criminalidade no país.
No evento, Moraes disse ainda que a União vem se omitindo nessa área desde a redemocratização. Entre os motivos desta omissão, ressaltou o ministro, estaria a “hipocrisia”.
“Hipocrisia, porque nós confundimos no Brasil, a partir da redemocratização, nós confundimos autoridade com autoritarismo. Ficou uma marca de que exercer a autoridade, exercer segurança pública fortemente, é questão de autoritarismo, de ditadura”, enfatizou.
No encontro, o magistrado do STF – que já comandou o Ministério da Justiça e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo – defendeu a liberação de mais recursos para a área de segurança. Moraes ponderou que essas verbas deveriam ter destinação obrigatória do Orçamento, nos moldes usados para a Saúde e a Educação.
“Ou nós vamos decidir realmente que as medidas que nós temos para o combate ao crime organizado violento são medidas pífias ou nós vamos continuar nessa hipocrisia”, complementou o ministro da Suprema Corte.
O ministro da Justiça, Torquato Jardim, que também participou do mesmo seminário, defendeu que as estratégias do governo federal da área de segurança pública passem por um “estrangulamento” das atividades do crime organizado.
“Tão importante quanto pensar numa legislação é pensar que meios prover o sistema de repressão ao crime, com meios e tecnologia para ganhar a guerra da logística. Para não haver o abastecimento da droga, do cigarro, da munição”, observou Torquato.
Fonte: G1
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