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terça-feira, outubro 10, 2017

Águas do volume morto das barragens serão canalizadas para garantir abastecimento


adutora alto oesteO baixo nível dos reservatórios de água do Rio Grande do Norte tem exigido do Governo do Estado a realização de diversas ações que garantam o abastecimento na maior parte dos municípios potiguares que sentem os maiores efeitos da estiagem. A medida mais recente, de acordo com a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), diz respeito à elaboração de um projeto que permita a utilização de águas do volume morto de barragens como a Armando Ribeiro Gonçalves, a maior do estado. Atualmente, por causa da condição crítica dos tanques, o abastecimento de diversas cidades está sendo feito por meio de caminhões-pipa ou em sistemas de rodízio. No último dia 19 de setembro, o Governo do Estado renovou, por mais seis meses, o decreto que estabelece situação de emergência em 153 dos 167 municípios do RN por causa da seca.
“A situação é muito grave. Estamos com grande parte dos reservatórios com volume muito baixo. A barragem Armando Ribeiro Gonçalves está com 15% de sua capacidade. É o menor volume da história. Isso requer grande preocupação e ações articuladas”, destaca o titular da Semarh, Ivan Júnior.
Segundo o projeto que vem sendo trabalhado pela Semarh, as águas do volume morto da barragem poderão contribuir com o abastecimento em cidades de diversas regiões potiguares, como a do Vale do Açu e a Central. A proposta, segundo Ivan, foi protocolada no Ministério da Integração Nacional em maio deste ano e já foi aprovada, restando apenas alguns ajustes. “Estamos esperando a liberação para construirmos adutoras que vão dar possibilidade de termos o abastecimento mesmo no volume morto”, frisa. “Os reservatórios existentes estão escassos e temos de buscar novas fontes de água”.
De acordo com o secretário, há outras ações que também vêm sendo executadas pela Semarh, como perfuração de poços, instalação de dessalinizadores e construção de outras barragens. As medidas buscam amenizar as consequências da seca na região Nordeste, que já perdura por quase seis anos. “Administrar recursos hídricos com água é fácil. Realizar um planejamento e executá-lo ‘sem água’ é que é o desafio. E estamos conseguindo até o momento, mesmo enfrentando a maior seca da história”, pontua Ivan.

“Governo Robinson foi o que mais fez obras hídricas”, destaca secretário

O secretário da Semarh salienta que o momento é particularmente difícil para o estado, mas que, mesmo assim, a atual gestão vem desempenhando um bom trabalho. “O governo Robinson foi o que mais fez em relação a obras hídricas. Estamos conseguindo manter algumas ações, mesmo com queda de receitas e todo o cenário adverso. Agora, claro, a situação é grave. A seca é o maior desafio que enfrentamos”, observa.

Ivan Júnior comparou ainda a situação do Rio Grande do Norte às de estados com maiores receitas, como Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, que também estão em crise. Segundo o secretário, a situação potiguar é ainda pior. “Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul enfrentam dificuldades financeiras, mas não têm seca. O RN tem crise financeira e tem uma seca que aumenta a dificuldade, principalmente para o Governo do Estado. Isso exige ações emergenciais e sociais, como o governador vem fazendo, para aliviar o problema que as cidades vêm enfrentando”.

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Ivan Júnior, secretário estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos – Foto: Tiago Rebolo

Para o auxiliar de Robinson, soma-se a este cenário uma “nova realidade financeira” nos estados e municípios. “O RN tem um custo financeiro dentro de uma realidade de dez ou quinze anos atrás, com relação a gastos com servidores que foram implantados. Para tudo isso, o governador tem que ter habilidade para não frustrar os servidores, mas também mostrar a realidade, porque isso reflete nas ações”, comentou.

ELEIÇÕES 2018

Cotado para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa nas eleições de 2018, Ivan Júnior desconversou ao ser perguntado sobre o assunto. O secretário frisou que o tema só deve entrar na pauta de discussão no ano que vem. “A última coisa em que estamos pensando é no quadro político para 2018. O momento agora é de tentar superar os desafios e obstáculos que estão colocados, como os cenários político e financeiro, a crise hídrica e a situação da segurança pública – que é nacional e afeta todos os estados. O cenário de 2018 será colocado em 2018”, finalizou.

Fonte: Agora RN

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