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sexta-feira, setembro 08, 2017

Potiguares que moram nos EUA relatam tensão com chegada do furacão Irma

Potiguares que moram na Flórida, nos Estados Unidos, estão se preparando para a chegada do furacão Irma, que deixou pelo menos 19 mortos pelo Caribe e se aproxima com nível 4 - um dos maiores da história. Elas relatam a dificuldade para conseguir comprar água, gasolina e itens básicos. A estimativa das autoridades é que 100 mil pessoas fiquem desalojadas.
"A situação está terrível", informou Sabrina Wensloff, que é diretora de serviços de um plano de saúde e mora nos Estados Unidos há 17 anos. Enquanto ela falava ao G1, assistia a um novo pronunciamento do governador do estado, mandando todos moradores da região costeira deixarem suas casas.
Em vídeo, Sabrina falou um pouco sobre a situação. Veja acima.
Ela resolveu ficar em casa, já que não fica tão perto da praia, mas mandou os filhos de 10 e 15 anos para a casa do pai, em Tampa, onde o furacão deve chegar com nível dois. "Me sinto mais segura com eles lá, porque posso cuidar de minha segurança e da casa", considerou.
Somente após três dias de procura, ela conseguiu comprar água para estocar em casa. Sabrina também comprou comida enlatada, mas está com dificuldade para encontrar gasolina. Além do transporte, o combustível é utilizado nos geradores de energia. "Acabei de receber uma mensagem da companhia de energia. Eles vão desligar a eletricidade antes da chegada do furacão, para evitar mais estragos", contou.
Ela e outros vizinhos estão aproveitando a areia que seria utilizada na construção de uma casa para colocar em sacos e fazer barricadas. Isso porque esperam enchentes provocadas pelo furacão.
No período que mora no sul dos Estados Unidos, Sabrina nunca viu um furacão nestas proporções. Lembra da passagem do Wilma, em 2005. Naquela ocasião, a cerca da casa dela voou e a família passou uma semana sem energia elétrica.

População pega areia para fazer barricadas na Flórida, EUA (Foto: Sabrina Wensloff)
População pega areia para fazer barricadas na Flórida, EUA (Foto: Sabrina Wensloff)

Evacuação
A jornalista carioca Rosália Azevedo, que morou no Rio Grande do Norte por muitos anos, teve que deixar sua casa com o marido e três cachorros. Eles moram em Cutler Bay, em Miami, há três quilômetros da praia. A área foi evacuada. O casal passou meio dia instalando proteções nas janelas e portas, antes de deixar o imóvel.
"Achar água, gasolina e gerador, agora, é praticamente impossível", diz.

Casal instalou proteção nas janelas em casa há três quilômetros da praia, em Miami (Foto: Rosália Azevedo)
Casal instalou proteção nas janelas em casa há três quilômetros da praia, em Miami (Foto: Rosália Azevedo)

A família está na casa do sogro dela, há 60 quilômetros de distância da costa, onde vai ficar abrigada até ter o retorno ser liberado pela prefeitura de Miami. "Temos comida enlatada para um mês, porque não é apenas um evento que passa. Tem enchente, falta de energia, toda uma repercussão", lembra.
Eles começaram a se preparar ainda no último domingo e, apesar das dificuldades, conseguiram comprar água e gasolina com maior facilidade. Nesta quinta-feira (7), uma amiga de Rosália passou três horas na fila de um posto para adquirir combustível suficiente para ir para Orlando, mais ao norte do estado.
Sem levar quase nada de casa, a jornalista afirma que fica triste por alguns bens que possivelmente irá perder com as enchentes. Está mais aliviada, porém, por contar com seguro do imóvel, que é obrigatório no país.

Casa após instalação de proteções para receber furacão Irma, na Flórida (Foto: Rosália Azevedo)
Casa após instalação de proteções para receber furacão Irma, na Flórida (Foto: Rosália Azevedo)

Fonte: G1

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