O ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte afirmou, nesta segunda-feira (25), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou guerra ao país.
Segundo Ri Yong Ho, diante da fala de Trump, Pyongyang se reserva ao direito de tomar medidas, inclusive de abater bombardeiros norte-americanos, mesmo que eles não estejam sobrevoando a Coreia do Norte.
"O mundo inteiro deve claramente se lembrar que foram os Estados Unidos que primeiro declararam guerra ao nosso país", disse Ri a repórteres em Nova York, segundo a agência Reuters.
"Considerando que os Estados Unidos declararam guerra ao nosso país, temos todo o direito de adotar contramedidas, incluindo o direito de derrubar bombardeiros estratégicos dos Estados Unidos, mesmo que eles não estejam dentro do espaço aéreo do nosso país", ameaçou.
Ri conversou com a imprensa pouco antes de deixar Nova York, onde participou da 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas, na semana passada. "Considerando a declaração de guerra de Trump, todas as possibilidades estão na mesa da liderança supresa da RPDC [República Popular Democrática da Coreia]".
Sua declaração coincide com a postura da administração Trump, que já afirmou trabalhar com múltiplas possibilidades para lidar com o desenvolvimento de mísseis e armas nucleares por parte da Coreia do Norte, que já garantiu ter armamento capaz de atingir a parte continental dos EUA.
Insultos
O final de semana foi marcado pela troca de insultos entre Trump e Ri. No sábado (23), o norte-coreano atacou duramente o mandatário americano, chamando-o de "um trastornado mental que está repleto de megalomania", em fala na Assembleia Geral da ONU.
Na madrugada de domingo (24), Trump reagiu à fala de Ri. "Acabei de ouvir o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte falar nas Nações Unidas. Se ele faz eco dos pensamentos do homenzinho do foguete [referindo-se a Kim Jong Un], eles não estarão por aí por muito mais tempo!"
Também no sábado, milhares de norte-coreanos participaram neste sábado (23) de uma grande manifestação antiamericana convocada pelo regime em Pyongyang para encenar o apoio ao líder Kim Jong-un, em um momento marcado pela troca de insultos com Donald Trump, informou hoje a agência "KCNA".
Segundo o texto divulgado pela agência estatal de notícias da Coreia do Norte, mais de 100 mil pessoas participaram da concentração na praça Kim Il-sung de Pyongyang.
Na sexta-feira (22) a Coreia do Norte ameaçou testar uma bomba de hidrogênio de escala sem precedentes sobre o oceano Pacífico.
A ameaça acontece dias depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que vai "destruir o país caso não tenha outra escolha", em seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Escalada na tensão
A relação entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte vive nas últimas semanas uma nova escalada na tensão, de maneira especial após dois mísseis sobrevoarem o Japão. O país já ameaçou usar armas nucleares para "afundar" o Japão e reduzir os Estados Unidos a "cinzas e escuridão" por apoiar a resolução e sanções do Conselho de Segurança da das Nações Unidas (ONU) contra o mais recente teste nuclear do regime norte-coreano, segundo a Reuters.
No dia 15 de setembro, Kim Jong-un afirmou que a Coreia do Norte está “perto” de atingir sua meta de poder nuclear completo, apesar das sanções ao seu regime, de acordo com a agência de notícias KCNA.
Também na semana passada, Trump anunciou uma ordem executiva que permite às autoridades norte-americanas impor sanções contra empresas e instituições financeiras que negociarem com a Coreia do Norte. O presidente americano disse ainda que entre os setores da economia norte-coreana afetados pelas novas medidas estão o têxtil, o de pesca, o de tecnologia da informação e o de manufaturas.
Fonte: G1
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