Uma mensagem que tem circulado por grupos de WhatsApp diz que o ex-presidente Lula se reuniu com o coordenador da Operação Lava Jato para pedir vistas grossas da Polícia Federal em troca de dinheiro. Não é verdade.
Quem assina o texto é Talysson de Almeida, que diz trabalhar na sede da PF em Curitiba. O detalhe é que essa pessoa não existe.
A assessoria da Polícia Federal no Paraná diz que a mensagem é "falsa e absurda." Segundo a PF, o funcionário e o delegado citados não existem e o coordenador da Lava Jato não esteve em nenhum momento com Lula.
Veja o que diz a mensagem falsa:
"Meu nome é Talysson de Almeida e trabalho na sede da Polícia Federal aqui em Curitiba. Como é de conhecimento de todos, no último dia 13/09, o ex-presidente Lula veio a esta cidade para prestar depoimento ao Juiz Sérgio Moro. O que quase ninguém sabe é que, antes de deixar a cidade, ele se encontrou com o Delegado Federal Igor Cardoso, coordenador da Operação Lava Jato no Paraná. O objetivo era propor uma redução das investigações, uma vez que alguns fatos gravíssimos estão por vir à tona. Eu fiz parte do corpo de escolta e acompanhei parte da conversa. Infelizmente, até agora não sabemos qual vai ser a postura do Delegado ante à proposta do ex-presidente, que ofereceu até recursos materiais e financeiros em troca de vistas-grossas da PF e abandono de algumas linhas de investigação. Mesmo correndo o risco de perder o meu cargo, oou ainda de ser caluniado como meu colega Newton Hidenori Ishii, mais conhecido como "Japonês da Federal", que foi injustamente acusado e preso por supostamente facilitar o contrabando no paraná, me sinto no dever de levar essa informação ao maior número de pessoas possível. Tenho certeza de que se a população souber que a Lava Jato está sendo ameaçada e se manifestar contra qualquer abalo nas investigações, nada poderá deter a limpeza política tão necessária para salvar nosso país da cultura da corrupção. Por isso, peço sua ajuda. Compartilhe essa publicação com o maior número de pessoas possível. Juntos somos mais fortes!"
Agora veja o que diz a PF:
"A mensagem é falsa e absurda. Não existe nenhum servidor da PF de nome 'Talysson de Almeida', e não existe na PF do Paraná delegado de nome 'Igor Cardoso'. O coordenador dos trabalhos da Operação Lava Jato da Polícia Federal em Curitiba (PR) não esteve em momento algum com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante as suas vindas a Curitiba para participar de audiências na Justiça Federal do Paraná. Da mesma forma, jamais realizou qualquer tipo de reunião com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para tratar sobre qualquer assunto. Em nenhum momento houve qualquer tentativa, conversa ou reunião com quem quer que seja para tratar de assuntos relacionados às investigações da Operação Lava Jato, que são restritos unicamente à equipe de investigação da Polícia Federal, bem como representantes do Ministério Público Federal e Justiça Federal, quando necessário. Os trabalhos desenvolvidos pela Polícia Federal têm sido marcados pela imparcialidade, qualidade técnica e respeito à lei, assim reconhecidos pela população brasileira."
Sede da PF em Curitiba (Foto: Reprodução/GloboNews)
Fonte: G1
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