O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, convocou uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, no CT do Ninho do Urubu, para se pronunciar publicamente sobre a posição do clube em relação a um fato polêmico envolvendo o goleiro Alex Muralha, que cometeu uma falha que resultou no empate por 1 a 1 com o Paraná, na última quarta, quando o time carioca acabou sendo eliminado nos pênaltis da Copa da Primeira Liga em confronto válido pelas quartas de final.
O dirigente saiu em defesa do atleta após o jornal Extra publicar editorial em que afirmou que deixaria de se referir ao jogador pelo apelido “Muralha” devido ao desempenho aquém do esperado do jogador com a camisa do time rubro-negro.
Para Eduardo Bandeira de Mello, o editorial pode prejudicar a imagem do Flamengo, a carreira e até mesmo a segurança pessoal do atleta, além de expor o goleiro ao constrangimento público. No entanto, o dirigente afastou qualquer restrição no trabalho dos órgãos de imprensa que acompanham o dia a dia do clube, incluindo o veículo citado.
“Nós estamos falando de um ser humano que tem pai, tem filho, tem mãe, como todos nós aqui, e que foi vítima desta covardia. Num momento em que todos nós, inclusive vocês da imprensa, estamos empenhados em acabar com a violência no futebol, uma matéria como essa de hoje só contribui para incitar ânimos, ações violentas. Muralha treinou normalmente hoje, não tinha lido a matéria, soube por nós e, é claro que ficou muito triste, mas tenho certeza que nada disso vai prejudicar o trabalho dele. É um profissional de primeira linha, preparado para esse tipo de coisa”, afirmou o mandatário flamenguista.
O presidente afirmou que o episódio deverá servir para unir o grupo de jogadores, a comissão técnica e a diretoria de futebol às vésperas da decisão da Copa do Brasil – a primeira partida contra o Cruzeiro será realizada no dia 7 de setembro, próxima quinta-feira, no Maracanã. “É da dificuldade que surge uma união maior. Estamos todos juntos para encarar essa final”, complementou.
O goleiro Alex Muralha também se manifestou sobre o assunto, nesta sexta, por intermédio de um texto publicado pela sua assessoria de imprensa. Na nota, o jogador reforçou a compreensão às críticas em relação ao seu rendimento, mas se disse “humilhado” pela forma como o diário carioca se referiu a ele.
“Isso está longe de ser uma brincadeira. A palavra é humilhação, é execração pública. Seguiram linha semelhante a que usam ao se referirem a bandidos que cometem crimes. Sinceramente, eu me senti sendo ‘fichado’ como tal na capa do jornal. É muito sério. Foi um posicionamento de mau gosto e até irresponsável. O termo ‘vulgo’, que citam no texto a meu respeito, é normalmente usado para designar bandido e isso causa constrangimento. É um fato que pode até incitar a violência. Numa época tão difícil, em que a gente vê tanta barbaridade por aí, uma atitude como essa não contribui em nada nem para o jornalismo esportivo nem para o futebol. A notícia não pode perder para as piadas sem graça”, escreveu Alex Muralha.
A diretoria do Flamengo cobrou uma retratação do jornal com o mesmo destaque dado ao texto de capa sobre o goleiro.
Fonte: Estadão
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