O operador financeiro Lúcio Funaro disse em depoimento ter "certeza" que o presidente Michel Temer recebia parte da propina paga no esquema que atuou na Caixa Econômica Federal e envolvia políticos do PMDB.
Procurado, o Palácio do Planalto respondeu: "É uma mentira absoluta. O presidente contesta de forma categórica qualquer envolvimento de seu nome em negócios escusos."
Funaro fechou acordo de delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. O acordo foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal no início deste mês.
Documentos com o conteúdo dos depoimentos de Funaro foram anexados ao inquérito que investiga supostos crimes cometidos por políticos do PMDB da Câmara.
"[Funaro disse] que [Eduardo] Cunha falava ao depoente [Funaro], abertamente, que Michel Temer também recebia propina e tinha conhecimento dos fatos; [acrescentou] que tem certeza que Michel Temer tinha conhecimento e recebia parte da propina", diz o relatório da delação.
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Em depoimento prestado à Polícia Federal em junho, Funaro já havia dito que Temer orientou a distribuição de dinheiro desviado da Caixa.
À época, o Palácio do Planalto afirmou que o presidente nunca deu nenhuma orientação sobre distribuição de dinheiro e não tinha relações com Funaro.
'110% de certeza'
Em outro trecho do depoimento, Lúcio Funaro afirmou que o ex-deputado Eduardo Cunha era quem recebia os recursos ilícitos e enviada ao presidente Temer.
A propina, acrescentou o delator, era administrada por José Yunes, ex-assessor especial de Temer, e pelo coronel Lima, amigo do presidente.
"[Funaro disse] que sabe que Eduardo Cunha redistribuía propina a Temer com '110% de certeza'", diz outro trecho do relatório.
Procurado, o advogado de Yunes, José Luis Oliveira Lima, enviou a seguinte nota: "Lúcio Funaro apresentou várias versões sobre inúmeros fatos e mais uma vez faltou com a verdade. José Yunes, é advogado com mais de 50 anos de militância profissional. Ao contrário de Funaro, possui reputação ilibada. No momento oportuno, Lúcio Funaro irá responder por suas afirmações caluniosas."
O G1 buscava contato com a defesa do coronel Lima até a última atualização desta reportagem.
Fonte: G1
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