Os Estados Unidos estão "totalmente preparados" para uma opção militar na Coreia do Norte, afirmou o presidente Donald Trump nesta terça-feira (26) em coletiva de imprensa na Casa Branca ao lado do chefe do governo da Espanha, Mariano Rajoy.
“Estamos totalmente preparados para a segunda opção. Não é a opção preferida. Mas se tomarmos essa opção será devastador para a Coreia do Norte. Vamos chamá-la de opção militar”, disse Trump. "Se tivermos que tomar essa opção, nós vamos", afirmou.
O presidente também disse que "é o momento para que todas as nações juntem esforços para isolar a Coreia do Norte".
O chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, disse que apoia a aprovação de novas sanções contra a Coreia do Norte, o que está sendo analisado pela União Europeia. "Expressei o total apoio do governo espanhol por aprovações de sanções (...) e também lembrei o presidente Trump que a Espanha tomou medidas para reduzir a diplomacia norte-coreana no nosso país", afirmou Rajoy.
"A Espanha vai apoiar qualquer decisão política que contribua para colocar um fim a esta situação, que não tem nada a ver com os princípios e valores que a maioria das democracias ocidentais e globais defende", acrescentou.
A relação entre os EUA e a Coreia do Norte vive nas últimas semanas uma nova escalada na tensão, de maneira especial após dois mísseis sobrevoarem o Japão. A Coreia do Norte já ameaçou usar armas nucleares para "afundar" o Japão e reduzir os EUA a "cinzas e escuridão" por apoiar a resolução e sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o mais recente teste nuclear do regime.
Novas sanções
Pouco antes da coletiva de imprensa, o governo norte-americano divulgou que vai adotar novas sanções para punir oito bancos da Coreia do Norte e 26 funcionários dessas instituições que vivem no exterior.
De acordo com a agência Associated Press, todos os bancos sancionados estão na Coreia do Norte. As 26 pessoas afetadas pelas sanções são naturais do país e atuam como representantes de instituições norte-coreanas na Rússia, na China, na Líbia e nos Emirados Árabes Unidos.
Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, os Estados Unidos estão visando aqueles que "no mundo inteiro" facilitam as transações financeiras para a Coreia do Norte. Ainda de acordo com Mnuchin, as sanções fazem parte do esforço em isolar o país, que vem desenvolvendo um programa de armas e mísseis nucleares.
As restrições se apoiam em uma ordem executiva assinada pelo presidente americano na semana passada com o objetivo de atacar o acesso da Coreia do Norte ao sistema bancário internacional.
Além da ordem executiva aprovada por Trump, que permite às autoridades norte-americanas impor sanções contra empresas e instituições financeiras que negociarem com a Coreia do Norte, o Conselho de Segurança da ONU recentemente aprovou punições mais severas para o país.
Ameaças
Na última sexta-feira (22) a Coreia do Norte ameaçou testar uma bomba de hidrogênio de escala sem precedentes sobre o oceano Pacífico.
A ameaça acontece dias depois que Trump afirmou que vai "destruir o país caso não tenha outra escolha", em seu primeiro discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Nesta segunda, o ministro de Relações da Coreia do Norte, Ri Yong Ho, disse que Trump tinha declarado guerra ao seu país e que, diante disso, Pyongyang se reservava ao direito de tomar medidas, inclusive de abater bombardeiros norte-americanos, mesmo que eles não estejam sobrevoando a Coreia do Norte.
Ri Yong Ho pareceu se referir a uma mensagem de Trump publicada no domingo no Twitter, na qual o americano dizia que o ministro e o líder Kim Jong Un "não estarão por aí por muito mais tempo!".
"Acabei de ouvir o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte falar nas Nações Unidas. Se ele faz eco dos pensamentos do homenzinho do foguete [referindo-se a Kim Jong Un], eles não estarão por aí por muito mais tempo!", diz a mensagem.
No entanto, a Casa Branca negou que a mensagem tenha sido uma declaração de guerra e classificou a interpretação de Yong Ho como "absurda".
Fonte: G1
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