Foram presos o coronel Airton Siqueira (secretário de Justiça e Direitos Humanos), coronel da PM Evandro Alexandre Lesco, Paulo Taques (ex-secretário chefe da Casa Civil e primo do governador de Mato Grosso), Rogers Jarbas (secretário estadual de Segurança Pública) - da esquerda para a direita (Foto: José Medeiros/Rafaella Zanol/Maria Anffe/Lenine Martins)
Nove pessoas são alvos de uma operação na manhã desta quarta-feira (27) em Cuiabá, em uma ação policial que investiga o esquema de grampos clandestinos em Mato Grosso.
Tiveram a prisão preventiva decretada pela Justiça: coronel Airton Siqueira (secretário de Justiça e Direitos Humanos), coronel da PM Evandro Alexandre Lesco, a mulher de Lesco, Paulo Taques (ex-secretário chefe da Casa Civil e primo do governador de Mato Grosso), Rogers Jarbas (secretário estadual de Segurança Pública), sargento João Ricardo Soler, Major Michel Ferronato e o empresário José Marilson.
De acordo com a Polícia Civil, a ‘Operação Esdras’ deve cumprir 9 mandados de prisão, 15 mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva.
As medidas cautelares são contra dois advogados. A condução coercitiva é contra o corregedor-geral da PM, coronel Carlos Eduardo Pinheiro da Silva.
A central clandestina vigorou entre 2014 e 2015 e era operado pela Polícia Militar em Mato Grosso. O "escândalo dos grampos" veio à tona em uma matéria divulgada pelo Fantástico em maio deste ano.
Segundo a Polícia Civil, a Operação Esdras, em hebraico, significa ajudador. É um livro bíblico que conta a história de um escriba e de pessoas fiéis e diligentes que venceram a oposição e a resistência para reconstruir o templo de Deus e restaurá-lo a sua antiga glória.
O alvos da operação ainda não se posicionaram sobre a operação. O governo de Mato Grosso também não se pronunciou.
Mauro Zaque e Pedro Taques (Foto: José Medeiros/GCOM MT)
Grampos
O esquema foi denunciado à Procuradoria-Geral da República pelo promotor de Justiça Mauro Zaque, que foi secretário de Segurança em 2015. Ele diz que recebeu denúncia do caso naquele ano e que alertou o governador Pedro Taques.
Agora, a PGR investiga se Taques sabia do crime e de quem partiu a ordem para as interceptações. O governador, por sua vez, nega que tinha conhecimento sobre o caso.
Segundo consta na denúncia, pelo menos 80 pessoas tiveram as conversas grampeadas no período em que o esquema funcionou. Entre elas políticos de oposição ao atual governo de Mato Grosso, advogados, médicos e jornalistas.
Os telefones foram incluídos indevidamente em uma investigação sobre tráfico de drogas que teria o envolvimento de policiais militares. O resultado dessa investigação, porém, não foi informado pelo governo até hoje.
Paulo Taques deixa o Centro de Custódia de Cuiabá (Foto: TVCA/Reprodução)
Envolvidos
O ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, ficou uma semana preso por suspeita de envolvimento no esquema de grampos clandestinos. Ele é primo do governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PSDB).
Ex-comandante da PM, coronel Zaqueu Barbosa; ex-chefe e ex-adjunto da Casa Civil, coroneis Evandro Lesco e Ronelson Barros; e o cabo da PM, Gerson Correa (Foto: Montagem)
Além do ex-secretário, foram presos por envolvimento no esquema o coronel Zaqueu Barbosa, os coronéis Evandro Lesco e Ronelson Barros, ex-chefe e ex-adjunto da Casa Militar, e o cabo Gerson Correa Junior. Eles foram presos entre maio e junho deste ano e soltos em agosto.
Secretário Rogers Jarbas foi afastado do cargo por determinação da Justiça (Foto: Lenine Martins/Sesp-MT)
No último dia 20 de setembro a Justiça determinou o afastamento do secretário estadual de Segurança Pública, Rogers Jarbas. Naquele dia também foram feitas busca e apreensão nas dependências da Secretaria Estadual de Segurança Pública (Sesp) e o monitoramento dele por meio de tornozeleira eletrônica. Ele está sendo investigado por suspeita de prejudicar as investigações sobre o esquema de grampos, que vigorou entre 2014 e 2015.
Fonte: G1
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