A guerra deflagrada nos presídios brasileiros entre duas facções criminosas, o PCC e o Comando Vermelho, deverá ir para o confronto direto nas ruas, preveem autoridades.
Na série de reportagens especiais que o jornal Folha de S.Paulo tem feito sobre o tema, os investigadores que se debruçam sobre a guerra das duas facções emitiram alerta às autoridades federais sobre o movimento de confronto sair dos presídios para as ruas.
O alerta é especialmente reforçado para o estado do Amazonas, onde, no final do ano passado uma rebelião deixou 56 mortos.
A situação do atual alerta chama atenção porque, quando houve a primeira rebelião, em Manaus, as autoridades federais previram também que o massacre poderia se alastrar para o Rio Grande do Norte, um dos estados onde a guerra de facções está acima do que é considerado normal.
Dias após o massacre de Manaus, Alcaçuz, de fato, foi palco de novo episódio sangrento.
“O confronto não tem volta. Não tem como tentar mais um acordo [entre eles], e o plano [do PCC] agora é dominar tudo. Isso vai se estender para as ruas. No Amazonas, por exemplo, o PCC é minoria, mas já enviou muito armamento para lá e para o Acre. Temos comunicado para as autoridades federais que eles vão começar a guerra a partir das ruas”, declarou à Folha o promotor Lincoln Gakiya, um dos principais especialistas em PCC do país.
A Secretaria de Segurança Pública do RN foi procurada para comentar se há monitoramento de confrontos nesse sentido. A reportagem não obteve sucesso com o contato até a publicação desta matéria.
Mossoró
A série “Clube do Crime” foi elaboradora durante meses de incursões da reportagem da Folha de S.Paulo em estados onde as investigações avançam.
Em uma das matérias, o jornal reproduz carta que foi redigida na penitenciária federal de Mossoró e apreendida pela Polícia Civil de São Paulo. O documento é de 03 de dezembro de 2015, quando os ânimos entre PCC e CV pareciam destinados ao irremediável confronto.
“Em Mossoró estava eu e o Piaui, com mais 4 irmãos presentes chegou um cara de SC, do PCC, vulgo: Cavera, esse cara falou que se nós batizar lá em SC, era xeque no irmão que foi batizado nós sabíamos que o CV eo PCC tem uma aliança e o que foi inimigo de um é inimigo do outro”, escreveu o preso.
O documento ajuda a entender como as duas facções chegaram ao ponto atual, já que o PCC determinou a seus membros a expansão e confronto porque o CV começou a ameaçar a facção paulista caso ela insistisse em se ampliar.
A carta prossegue esboçando um pedido ao CV para que interfira nas facções regionais rivais do PCC. Em resposta, a direção do CV informou que não teria como intervir em questões regionais. O PCC entendeu isso como uma declaração de guerra.
Fonte: Portal no Ar
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