A polícia de Istambul lançou nesta quinta-feira (10) uma operação para deter 35 jornalistas que são acusados de vínculos com a organização do clérigo islamita Fethullah Gülen, que o governo turco considera como o mentor da tentativa fracassada de golpe de Estado de julho de 2016.
Burak Ekici, editor do jornal opositor "BirGün", teve sua prisão confirmada. Além dele, mais oito jornalistas foram presos nesta quinta, segundo a Associated Press.
Segundo o Ministério Público da Turquia, a acusação tem como base o suposto uso pelos jornalistas de um aplicativo chamado ByLock, que conta com cerca de 215 mil usuários na Turquia e que as autoridades afirmam que foi desenvolvido para permitir uma comunicação criptografada entre os integrantes da organização de Gülen.
Segundo a ONG Plataforma Turca para o Jornalismo Independente, 164 jornalistas estão presos no país.
Há 10 dias foi realizada a primeira audiência do julgamento contra 19 funcionários do jornal turco "Cumhuriyet", que podem ser condenados a penas de entre oito e 43 anos de prisão.
A maioria dos funcionários do "Cumhuriyet" é acusada de "colaborar com organizações terroristas, mas sem serem integrantes" da mesma.
No texto da promotoria, os jornalistas são acusados de manterem vínculos com a guerrilha curda, com grupos de extrema-esquerda e, sobretudo, com a organização de Gülen.
Mais de 50 mil pessoas, inclusive jornalistas, foram presas na Turquia desde a tentativa de golpe, em julho de 2016, e mais de 110 mil foram exoneradas de cargos públicos.
Fonte: G1
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