O jovem iraniano Alireza Tajiki, que foi detido em 2012 quando tinha 15 anos e condenado à morte quando ainda era menor de idade, foi enforcado nesta quinta-feira (10) na prisão Adel Abad da cidade de Shiraz. Ele tinha sido condenado em 2013 por ter violentado e assassinato um amigo.
A ONG humanitária Anistia internacional (AI) criticou as autoridades de Teerã, acusando-as de descumprir suas "obrigações contraídas em virtude do direito internacional" e de demonstrar "total desprezo pelos direitos da infância".
A aplicação da pena de morte em pessoas menores de 18 anos no momento da condenação é contrária ao direito internacional. Em várias ocasiões, as autoridades judiciais iranianas declararam que Tajik era "maduro" e plenamente consciente "da ilegalidade do ato cometido e da punição posterior", e por isso a execução é legitima.
O Irã é um dos poucos países do mundo que continuam condenando à morte criminais menores de idade. Segundo AI, o caso de de Tajiki é o quarto somente deste ano na República Islâmica.
"Este vergonhoso ato marca um ponto de inflexão crucial para o Irã e evidencia a falsidade das afirmações das autoridades quando asseguram contar com um autêntico sistema de justiça de menores", apontou em um comunicado a diretora adjunta da AI para o Oriente Médio e o Norte da África, Magdalena Mughrabi.
Tajiki, que no momento da sua morte tinha 21 anos, é a quarta pessoa executada neste ano na República Islâmica que era menor de idade quando cometeu o delito, segundo a Anistia Internacional.
A Anistia Internacional considerou que o julgamento foi "flagrantemente injusto" e se baseou principalmente em "confissões" que, segundo o condenado, foram extraídas mediante tortura.
Tajiki afirmou que recebeu "brutais surras, castigos e foi suspenso pelos braços e os pés".
Fonte: G1
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