Avião pilotado por ex-senador boliviano Roger Pinto Molina cai em Luziânia, Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)
O ex-senador boliviano Roger Pinto Molina, de 58 anos, que pilotava um avião que caiu em Luziânia, no GO, neste sábado (12) deu entrada no centro de trauma do Hospital de Base de Brasília em estado grave por volta de 20h.
Segundo o hospital, Molina sofreu politraumatismo e traumatismo crânio encefálico. Os médicos o submeteram a uma traqueostomia de urgência (intervenção na qual um orifício é aberto na traqueia para permitir a passagem de ar) e a drenagem no tórax. Ele respira com ajuda de ventilação mecânica, ainda de acordo com o hospital. Por volta das 22h de sábado (12), seria submetido a uma tomografia. Ao chegar ao Hospital de Base, o ex-senador havia sofrido parada cardiorrespiratória, informou o Corpo de Bombeiros do Distrito Federal.
O acidente foi logo após a decolagem no Aeroclube de Luziânia, cidade do entorno do Distrito Federal. Segundo o Corpo de Bombeiros de Goiás, Molina tinha várias lesões pelo corpo, mas estava consciente no momento do atendimento. Ele veio para Brasília transportado de helicóptero.
Avião de pequeno porte pilotado pelo ex-senador boliviano Roger Pinto Molina cai no Aeroclube de Luziânia, em Goiás (Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros)
Os bombeiros informaram ainda que o avião caiu na cabeceira da pista logo após a decolagem. Não houve explosão após a batida com o solo. "Ele foi estabilizado por equipes dos bombeiros e do Samu e levado em seguida para o hospital. Ele apresentava politraumatismo, mas seu quadro era estável", disse ao G1 o major dos bombeiros Juliano Borges.
A história do político ficou conhecido em 2013, quando ele buscou asilo político alegando perseguição política do então presidente Evo Morales.
De acordo com a Força Aérea Brasileira, uma equipe do Serviço de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa) foi deslocada para o local para fazer a coleta de dados para a investigação que irá explicar a queda do avião.
Chapecoense
Roger Pinto Molina é sogro de Miguel Quiroga, piloto do avião que caiu com a delegação da Chapecoense, em novembro do ano passado, na região de Medellín, na Colômbia
Quiroga era casado com Daniela Quiroga, filha de Molina, e tinha três filhos, o mais novo de apenas quatro meses. Ele também era o proprietário da empresa LaMia, que recentemente também havia feito um voo da seleção argentina para enfrentar o Brasil, em Belo Horizonte.
Na época, o ex-senador chegou a pedir perdão às famílias das vítimas do acidente.
"Queremos dizer para os milhões de brasileiros, especificamente para os familiares, filhos, pais e irmãos de Chapecó que sentimos muito. A palavra desculpa não resolve nada. Mas, queremos pedir perdão se foi um acidente que poderia ser evitado ou não. A capacidade e a vontade do nosso filho não está em questão, as investigações vão estabelecer o grau de responsabilidade", disse.
Asilo brasileiro
Senador bolviano Roger Pinto Molina chega ao Brasil/GNews (Foto: Reprodução Globo News)
Roger Pinto refugiou-se na embaixada brasileira em La Paz no dia 28 de maio de 2012. Em 8 de junho do mesmo ano, o Brasil concedeu asilo ao senador. A decisão foi criticada pela Bolívia, que falou em "equívoco".
Sem conseguir um salvo-conduto do governo boliviano, Roger Pinto viveu mais de um ano no edifício da embaixada brasileira em La Paz. Segundo uma das três filhas, Pinto estava em um espaço de 20 m², com cama, escrivaninha, TV, frigobar e mesa, sem banheiro próprio.
A viagem entre a capital boliviana e a cidade de Corumbá (MS) – que durou 22 horas – foi feita em um carro da embaixada do Brasil, com apoio de fuzileiros navais. A vinda dele foi investigada pelo Itamaraty.
Na Bolívia, Roger Pinto foi condenado no mês de junho a um ano de prisão por "abandono do dever" e por "dano econômico ao Estado". Segundo a denúncia, ele foi responsável por prejuízo de mais de 1,6 milhão de dólares aos cofres públicos em 2000, acusado de conceder recursos de maneira irregular à Universidade Amazônica de Pando. Ele responde ainda a cerca de 20 processos por desacato, venda de bens do Estado e corrupção.
Fonte: G1
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