O coordenador do turno vespertino do Colégio Estadual Jardim América, Cézar Sabino, de 57 anos, afirmou que o estudante de 13 anos suspeito de matar a vizinha Tamires Paula de Almeida, de 14, o procurou logo após esfaqueá-la. O crime ocorreu no prédio em que o menino e a vítima moravam, em Goiânia. Ao G1, o profissional contou que o aluno estava tremendo.
“Ele me procurou e disse que precisava falar em particular comigo. Ele me falou: ‘Chama a ambulância que eu esfaqueei uma pessoa no meu prédio’. Ele chegou tremendo, estava com os braços vermelhos, nervoso”, relatou.
De acordo com Sabino, o adolescente o entregou a faca usada por ele. “A faca estava enrolada em um pano preto, ensanguentada. Deixei na minha mesa e falei para ninguém tocar”, contou.
O coordenador relatou que, de imediato, a diretora foi ao prédio do estudante para tentar socorrer a adolescente, mas ela já havia morrido. Os profissionais também chamaram a Polícia Militar, que apreendeu o garoto.
Crime
O crime ocorreu por volta das 13h de quarta-feira (23), no 5º andar da escadaria do prédio em que vítima e suspeito moravam, no Setor Jardim América. A escola fica nas proximidades do imóvel, no mesmo bairro.
O capitão da Polícia Militar Leonidio Alves de Moraes Júnior contou ao G1 que os adolescentes se encontraram no elevador. "Ele a puxou, a arrastou até a escada de incêndio e a esfaqueou. A vítima foi atingida por cerca de dez facadas espalhadas pelos braços, pescoço e tórax", explicou.
Segundo o capitão, apesar de o crime ter ocorrido no mesmo andar do apartamento de Tamires, a mãe dela não escutou. "Uma pessoa foi ao corredor e, sem saber, pediu ajuda no apartamento que era da mãe da vítima. Ela se deparou com a própria filha morta. Foi uma ocorrência muito traumática", disse o capitão.
Amiga da mãe da vítima, uma dona de casa, de 50 anos, que preferiu não ter a identidade revelada, disse que a moradora passou mal ao saber da morte da filha. Ela precisou até ser levada a um hospital, mas recebeu alta horas depois.
"A mãe dela a viu morta e entrou em estado de choque. Está desesperada”, contou.
Crime aconteceu no prédio em que a vítima e o suspeito moravam, em Goiânia (Foto: Paula Resende/G1)
O delegado Paulo Ribeiro, da Delegacia Estadual de Investigação de Homicídios (DIH), esteve no local. Porém, ele informou que o caso deve ser investigado pela Delegacia de Apuração de Atos Infracionais (Depai), para o adolescente foi levado e segue detido.
"Ainda não se sabe a motivação do crime. Não podemos antecipar nada desse caso porque a gente não sabe os motivos que o levaram a cometer isso", afirmou.
O delegado destacou que o sistema de monitoramento não registrou a morte da menina. "As câmeras de segurança mostram ele [adolescente apreendido] descendo do elevador e saindo do prédio, mas elas não registraram o crime", afirmou.
A Polícia Técnico Científica esteve no prédio para realizar a perícia. O corpo da vítima foi retirado do local às 17h40 de quarta-feira e encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) de Goiânia.
IML retira corpo de adolescente de 14 anos do prédio onde ela foi morta (Foto: Paula Resende/G1)
Luto
Tamires estudava no 9º ano do ensino fundamental e o suspeito, no 7º. Ambos no período vespertino. A escola ficará fechada nesta quinta-feira (24).
“Na escola está todo mundo comovido. Os alunos são como nossos filhos. Estou abismado”, lamentou o coordenador.
A adolescente estudava na escola desde o início do ano. Sabino conta que ela era uma ótima aluna e que todas as notas do boletim eram acima de 9. “Ela só tirava 10 quase. Era muito boa menina”, ressaltou.
Colegas de Tamires se comoveram com o crime e foram para a porta da casa da amiga (Foto: Paula Resende/ G1)
Colega de sala e amiga de Tamires, uma adolescente de 13 anos ressalta que a vítima era “superinteligente e estudiosa”. De acordo com a menina, todos ficaram abalados com o que aconteceu, pois ela era muito querida.
“Ela era muito amorosa, nunca faria nada com ninguém. Todo mundo era amigo dela”, disse a colega.
Outra menina que estuda na mesma escola conta que Tamires era muito educada.
“Ela era muito educada, meiga, sempre estava com um sorriso no rosto”, contou a colega.
Já o adolescente era mais tímido, segundo os demais estudantes. "Ele era mais calado, na dele, ficava muito sozinho, às vezes ficava escutando música", conta um colega.
Vários colegas da vítima foram para a porta do prédio após a aula (Foto: Paula Resende/G1)
Fonte: G1
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