Ao confirmar pedido de prisão da Justiça da Espanha contra o ex-cartola, a PGR (Procuradoria Geral da República) já prepara pedido de documentos para processar o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, no Brasil. A informação é de que ele entrará na lista de procurados da Interpol nos próximos dias.
A PGR pediu informações à Justiça Espanhola sobre a investigação em torno do ex-presidente do Barcelona, Sandro Rosell, e Teixeira. Os dois ex-dirigentes são acusados de lavagem de dinheiro por desvio de dinheiro de amistosos da seleção brasileira. O cartola barcelonista está preso.
A Justiça da Espanha informou à procuradoria nacional que há um pedido de prisão contra Teixeira desde de 12 de junho. A ordem foi emitida pela juíza da audiência nacional, Carmem Lamela, que requisitou que ele fosse capturado.
Sua decisão diz que Teixeira foi beneficiado por boa parte dos recursos da empresa Uptrend, dos EUA, montada por Rosell para receber dinheiro de amistosos da seleção brasileira. Essa empresa era paga pela ISE (International Sports Events) que detém contrato com a CBF por todos os direitos de jogos internacionais do time brasileiro. O acordo foi assinado por Teixeira. Em paralelo, a ISE fechou contrato para remunerar a Uptrend.
A informação da PGR é de que nos próximos dias a ordem de prisão contra Teixeira será incluída no sistema da Interpol, polícia internacional. Isso significa que o cartola passaria a ser procurado em 190 países cujas polícias têm acordo com a Interpol.
Mas, como é brasileiro, ele não poderia ser preso e extraditado do Brasil, país onde vive no Rio de Janeiro. Por isso, a PGR pedirá envio das documentações do processo para o país para poder abrir um processo no Brasil. A papelada neste sentido já está sendo preparada. No país, ele pode ser acionado pelo mesmo crime de que é acusado na Espanha: lavagem de dinheiro.
As informações serão repassadas à procuradoria do Rio de Janeiro. Caberá a um procurador designado analisar se já existem provas suficientes no processo espanhol que justifiquem um pedido de prisão no Brasil. Não há prazo para isso. Já existem duas investigações contra ele na Polícia Federal que não andaram até agora.
''Não muda nada. O que a defesa espera é que depois ocorrer uma intimação formal nos atos para poder exercer sua defesa. Só podemos defender das acusações quando soubermos do teor das acusações'', afirmou o advogado de Ricardo Teixeira, Michel Asseff Filho.
Ele ressalta que até agora não foi apresentado a Teixeira nenhum dos atos do processo além do que saiu na mídia. ''Só vimos aquele documento que saiu na mídia da Espanha que dizia de forma equivocada que a CBF trabalha com recursos públicos'', comentou.
Asseff Filho já conseguiu barrar a cooperação entre procuradores brasileiros e dos EUA no caso Fifa por meio de ação em tribunais superiores brasileiros. Depois, a decisão foi revertida.
Fonte: Uol
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